Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

Polícia do Exército deixou golpistas atacarem fiscais do governo do DF

Ao contrário do acertado em reunião, Polícia do Exército se omitiu e não protegeu fiscais, que tiveram que sair às pressas do QG

atualizado 29/03/2023 22:09

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Militares do Exército diante do acampamento de bolsonaristas no DF Hugo Barreto/Metrópoles

A Polícia do Exército deixou que golpistas acampados em frente ao Quartel-General (QG) do Exército atacassem fiscais do governo do Distrito Federal em uma operação em novembro. A omissão fez com que os funcionários saíssem às pressas do local. As informações estão em documentos enviados pelo governo do DF à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal e obtidos pela coluna.

O episódio aconteceu em 12 de novembro do ano passado. A Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística do DF, o DF Legal, havia preparado uma operação de fiscalização do comércio ambulante em frente ao QG do Exército, atendendo a um pedido do Comando Militar do Planalto feito dias antes.

Em uma reunião antes da fiscalização, o DF Legal acertou com os militares que a Polícia do Exército agiria se houvesse alguma resistência à operação. A ação dos militares, contudo, não aconteceu. Quando bolsonaristas acampados começaram a hostilizar os fiscais, a Polícia do Exército não tomou providência alguma.

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A Polícia do Exército de Brasília é subordinada ao Comando Militar do Planalto. Trata-se de uma guarda semelhante ao Batalhão da Guarda Presidencial, que hesitou em conter extremistas na invasão do Palácio do Planalto nos atos terroristas de 8 de janeiro.

“Manifestantes passaram a seguir e hostilizar a equipe. Sentimos a necessidade de a Polícia do Exército mitigar a aglomeração, porém isso não aconteceu”, afirmou o relatório da operação do DF Legal, acrescentando: “Essa situação poderia ter ficado incontrolável e, assim, expor a integridade física da equipe”.

Outro documento do DF Legal, do dia 18 de novembro, repassou as informações à Secretaria de Segurança Pública do DF e considerou a omissão da Polícia do Exército como “o fato mais relevante” da operação. “O fato mais relevante consiste em não ter havido por parte da Polícia do Exército a devida intervenção no sentido de garantir a segurança dos auditores. Diante da iminência de risco, determinamos a imediata retirada dos fiscais do local”.

A situação se repetiria. No último dia 17, a coluna mostrou que o Exército vetou quatro ações da PM para retirar o acampamento golpista do QG. A operação do DF Legal de 12 de novembro havia sido citada pela Polícia Militar à CPI.

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