Entra ano, sai ano, e o PSDB permanece em pé de guerra. Dessa vez, a briga entre os grupos ligados ao ex-tucano João Doria e ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, poderá acabar na Justiça.
O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, tem dito que Leite aplicou um “golpe” no PSDB ao adiar as prévias das cidades com mais de 500 mil habitantes para o segundo semestre. Leite assumiu a presidência da sigla, de forma interina, em fevereiro.
A repórter Juliana Arreguy, do Metrópoles, mostrou que o PSDB não registrou em cartório a ata que empossou a comissão executiva provisória liderada por Leite, o que contraria a norma dos partidos políticos. A confusão já resvalou até em Gilberto Kassab, o presidente do PSD.
Aliados de Leite relataram que Gustavo Kanffer, advogado do PSDB, recebeu uma ligação de Thiago Bovério, o advogado de Kassab, para conversar sobre o imbróglio jurídico. Bovério disse que gostaria de consultar a ata e pediu para Kanffer lhe enviar o documento, mas não foi atendido.
O telefonema deixou os tucanos alarmados com a possibilidade de Kassab se envolver em um eventual processo contra Leite. O PSD está de olho na filiação dos prefeitos de São Paulo e espera virar o maior partido do estado na eleição de 2024.
Morando disse que tudo não passou de um mal-entendido. “O Thiago é meu amigo. Conversei com ele sobre o assunto, mas não formalizei nada. Ele não tem procuração minha para mover uma ação contra a comissão do golpe.”
O prefeito de São Bernardo do Campo admitiu que pretende entrar na Justiça contra a direção interina do PSDB. “Conheço vários advogados, tenho vários amigos no meio. Eu não decidi qual deles vou chamar”, afirmou. Bovério não quis se pronunciar. “Não existe nada oficial”, limitou-se a dizer.
O PSDB informou que não recebeu nenhuma intimação oficial. O PSD disse não ter nada a ver com enrosco tucano.
