O Ministério Público do Amapá (MPAP) abriu um inquérito para investigar a contratação da empresa do suplente do senador Davi Alcolumbre para a pavimentação de uma rodovia dias antes de Waldez Góes, hoje ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, deixar o governo do Estado.
Em março, os repórteres Dimitrius Dantas e Patrik Camporez mostraram que na véspera de deixar o cargo de governador, em 30 de dezembro do ano passado, Góes anunciou a pavimentação da rodovia Josmar Pinto, que liga Macapá ao Sul do Estado, por R$ 100 milhões.
Para a obra, que terá a maior parte financiada por recursos do orçamento secreto enviados pelo senador Davi Alcolumbre, do União Brasil, foi escolhida a Construtora e Reflorestadora Rio Pedreira, empresa do suplente do senador, Breno Chaves Pinto.
Alcolumbre foi responsável pela indicação de Waldez Góes ao cargo de ministro de Lula. A assinatura da ordem de serviço para executar a obra foi feita por ele já como ministro, em fevereiro deste ano. Os recursos sairão de um convênio do Amapá com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
O MP pediu a instauração de um inquérito civil para apurar possível ilegalidade na contratação e pediu esclarecimentos à Procuradoria-Geral do Estado do Amapá sobre o processo administrativo que levou à escolha da empresa de Breno Cerqueira Pinto.
