Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

Ministros avaliam que, se saúde permitir, Lula tentará reeleição

Lula diz que ficou assustado com a destruição provocada por Bolsonaro e que precisará de mais do que quatro anos para consertar o estrago

atualizado 18/02/2023 21:27

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Lula será candidato à reeleição. Esta é a avaliação majoritária na Esplanada dos Ministérios do petista. Ao menos, é claro, que a saúde de um Lula de 81 anos, idade que o presidente terá em outubro de 2026, não permita.

Segundo ministros ouvidos pela coluna, alguns deles entre os mais próximos a Lula, o presidente tem expressado em conversas privadas que está assustado com o grau de destruição causado por Jair Bolsonaro, e que apenas quatro anos “não seriam suficientes” para que ele conseguisse entregar o país a um sucessor de volta aos trilhos para o desenvolvimento.

Alguns auxiliares de Lula no Planalto já tratam uma reeleição como algo dado, e já falam em planos para oito anos, ou seja, dois mandatos.

Mas há algumas questões nesta equação. Primeiro, a saúde e disposição de uma pessoa de 81 anos. Lula está bem, tem energia impressionantes para alguém de 77 anos, mas teria 85 anos ao completar um segundo mandato.

A idade assusta, mas, conforme observou uma pessoa de muita confiança que acompanhou Lula na viagem aos Estados Unidos, aí está o exemplo de Joe Biden para provar que é possível.

Biden deverá tentar a reeleição no ano que vem perto de completar 82 anos — hoje tem 80 e completará 82 em 20 de novembro de 2024. Terminaria um novo mandato com 86.

O segundo ponto é a rejeição do petista. Lula venceu Bolsonaro raspando. Teria que conseguir, ao longo do atual mandato, atingir algo que Lula nunca conseguiu desde 2002: ampliar percentualmente sua votação. Em 2006, o petista foi eleito com um percentual menor do que na primeira vitória e em 2022 com ainda menos. A seguir essa tendência, natural em reeleições, teria ainda menos votos e talvez não vencesse.

O terceiro fator e talvez mais decisivo é a capacidade de Lula em manter o arco de apoio que o elegeu. A frente democrática que se uniu em torno dele para derrotar Jair Bolsonaro segue unida, apesar de solavancos. Lula, observa esse mesmo interlocutor que o acompanhou nos EUA, terá que suar para manter toda essa turma em torno de si.

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