Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

Lula embarca para o Brasil após poucos resultados concretos nos EUA

A expectativa é que a visita de Lula a Pequim, em março, apresente mais resultados. Presidente volta este sábado (11/2) para o Brasil

atualizado 11/02/2023 14:26

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Lula e Joe Biden na Casa Branca Ricardo Stuckert/PR

Washington (DC) – Lula embarcou, às 10h30 de Washington (DC), 12h30 no horário de Brasília, deste sábado (11/2), de volta à capital brasileira com poucos resultados concretos nos Estados Unidos. O principal anúncio do encontro de Lula com o presidente americano Joe Biden foi a entrada dos EUA no Fundo Amazônia, por meio do qual Noruega e Alemanha contribuem para a proteção da Amazônia, com um aporte inicial de US$ 50 milhões.

Em 2020, durante sua campanha à Presidência dos Estados Unidos, Biden prometeu arrecadar US$ 20 bilhões para o Fundo Amazônia, US$ 19,95 bilhões a mais do que prometeu nesta sexta-feira. O anúncio do presidente brasileiro, que teve uma curta agenda com Biden nesta sexta-feira (10/2), não foi, portanto, uma conquista da diplomacia brasileira.

Integrantes da delegação brasileira espalharam a versão de que o governo brasileiro havia se decepcionado com o valor, mas, oficialmente, o Itamaraty nega que o montante estipulado tenha frustrado expectativas, por entender que Biden precisa aprovar com o Congresso aportes maiores.

Em entrevista à imprensa na noite desta sexta-feira (10/2), na Casa Branca, após o encontro com o presidente americano, Lula afirmou que levou a Biden a necessidade de países ricos entrarem em um fundo, não necessariamente o Amazônia, para ajudar países com reservas florestais a protegerem o meio ambiente. O presidente brasileiro defendeu também a criação de um organismo multilateral para cuidar da governança mundial do clima.

Lula informou também que levou a Biden a necessidade de pôr um fim na Guerra da Ucrânia. O presidente disse que apresentou a Biden a mesma proposta feita ao presidente francês, Emmanuel Macron, e ao chanceler da Alemanha, Olaf Scholz: a criação de um grupo de países que não estão diretamente envolvidos na guerra, para que eles consigam encontrar uma possibilidade de paz.

Na delegação brasileira houve incômodo com o fato de Biden ter mudado o horário da visita, que inicialmente seria de manhã, e acabou ocorrendo no fim da tarde de sexta-feira. A sensação de pessoas no entorno do presidente é que, a despeito do interesse de Biden em aparecer ao lado de outro presidente cujo país demonstrou resiliência democrática, a Casa Branca não teria dado a Lula a importância que ele julgava merecer.

A expectativa é que a visita de Lula a Pequim, em março, apresente mais resultados concretos, e acabe por sinalizar aos Estados Unidos que o Brasil merecia outro tratamento.

Lula chega na noite deste sábado (11/2) ao Brasil, acompanhado da primeira-dama Janja da Silva e de todos os ministros que compuseram a comitiva presidencial, com exceção do chanceler Mauro Vieira, que embarcou para Croácia para se despedir da Embaixada do Brasil no país, que chefiava.

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