Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

Governo Lula ainda não decidiu se manterá censura de dados do Enem

No ano passado, site de Lula chamou medida do governo Bolsonaro de "apagão na educação"; Inep diz ainda estudar "alternativas"

atualizado 08/02/2023 20:58

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Hugo Barreto/Metrópoles

No segundo mês de mandato, o governo Lula ainda não decidiu se manterá a censura de dados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que foi imposta pelo governo Bolsonaro. No início do ano passado, assim que o assunto veio a público, o site oficial de Lula chamou a decisão de “apagão na educação”.

Desde 2020, o Inep do governo Bolsonaro começou a diminuir a transparência de microdados do Enem e do Censo Escolar da Educação Básica. Até as versões dos anos anteriores foram suprimidas. Em 2022, o órgão deixou de divulgar essas informações públicas sobre o Enem, o que dificulta a produção de pesquisas e políticas públicas de educação.

Na prática, essa medida impede a sociedade de saber, por exemplo, quantas crianças com deficiência estão nas escolas ou quantas horas trabalham os professores. A base de dados do Enem trazia elementos como nota, escola, idade, raça e renda dos estudantes. Essas informações são anônimas e não incluem dados como nome ou CPF.

O Inep usou a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) como base para a censura. O argumento controverso foi chamado de “pífio” pelo Ministério Público Federal no DF, que em maio do ano passado levou o caso à Justiça.

O site oficial de Lula também atacou a decisão do governo Bolsonaro e buscou personalizar a crítica, citando o então presidente por oito vezes. “Apagão na educação: governo Bolsonaro censura dados do Enem”, disse o título de uma notícia na página. “O governo Bolsonaro continua a esconder o resultado de sua incompetência por meio da censura”, afirmou o texto, completando: “Bolsonaro censura dados do censo educacional. 44% das informações sobre o Enem sumiram”.

A coluna questionou ao Inep se os dados do Enem voltariam a ser divulgados. O órgão ligado ao Ministério da Educação disse que não tomou uma decisão sobre o tema. Em comunicado, o Inep não definiu um prazo para que isso aconteça. “O Inep estuda alternativas que poderão ser implementadas para aumentar a abrangência dos microdados públicos, os quais foram reestruturados para cumprimento das normas da LGPD”.

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