Um documento distribuído na porta do antigo gabinete do deputado cassado Deltan Dallagnol faz ataques ao ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Benedito Gonçalves. Gonçalves foi o relator do processo que cassou o mandato de Dallagnol, no último dia 16. A decisão foi unânime, mas o alvo é Gonçalves.
“Esse relator [Benedito Gonçalves] foi o mesmo que proibiu o presidente Jair Bolsonaro de usar imagens do 7 de Setembro na campanha eleitoral”, afirmou o folheto intitulado “Análise caso Deltan”. Há dezenas de cópias colocadas em uma mesa em frente à porta do antigo gabinete de Dallagnol. E a instrução: “Ajude a defender nossa democracia. Retire seu material”.
O material acusou Gonçalves de dizer “Tá tudo dominado” para Lula quando o presidente foi diplomado pelo TSE, em dezembro do ano passado. Também citou que o corregedor-geral da Justiça Eleitoral disse a Moraes, presidente do tribunal, que “missão dada é missão cumprida”.
“Encontrava-se em clima amistoso com Lula e Dilma e disse: ‘Tá tudo dominado, presidente’. Ainda durante a cerimônia de Lula, o ministro Benedito Gonçalves dirigiu-se ao ministro Alexandre de Moraes e afirmou o seguinte: ‘Missão dada é missão cumprida”, disse o material. O documento concluiu: “Por nenhum meio o mandato de Deltan poderia ser cassado!”.
Além desse documento, o antigo escritório parlamentar de Dallagnol tem divulgado dezenas de folhetos com os dizeres “Perseguição política não é justiça” e “Deixem Deltan trabalhar”. O gabinete ainda tem o nome do ex-procurador na porta, mas em breve será ocupado pelo deputado Pastor Itamar Paim, do PL do Paraná.