Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

Com pouca chance, Aras faz campanha por recondução na PGR

Procurador-Geral da República, Augusto Aras tenta articular novo mandato à frente da PGR, com apoio de Lira e Alcolumbre

atualizado 25/03/2023 12:20

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Augusto Aras, procurador-geral da República Igo Estrela/Metrópoles

Mesmo com pouca chance de ser reconduzido, o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, deu início a uma intensa campanha em Brasília para conseguir um terceiro mandato.

Seu período na Procuradoria-Geral da República (PGR) acaba em setembro. Nos primeiros meses de governo, Aras tentou se descolar da imagem de bolsonarista e demonstrar proatividade em relação aos atos golpistas de 8 de janeiro, entre outras investigações.

No entorno mais próximo de Lula, porém, a possibilidade de indicar Aras de novo à PGR é vista com bastante incredulidade. Sua associação ao bolsonarismo traria um risco muito grande de imagem, avaliam petistas.

Na campanha, Lula se referiu a Aras como “engavetador” por ter emperrado investigações contra Bolsonaro.

Ainda assim, Aras tem procurado interlocutores para tentar se viabilizar como uma opção para Lula. E conta com dois cabos eleitorais de peso: o senador Davi Alcolumbre, do União Brasil do Amapá, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, do PP de Alagoas.

O petista João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados e condenado no Mensalão, também tem feito campanha nos bastidores por Aras.

A aposta é de que o Centrão pese na escolha, já que Lula tem uma base frágil no Congresso até o momento.

Foi em prol de Aras que Davi Alcolumbre postergou por meses a data da sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) de André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), em 2021. O PGR queria, na época, se tornar ministro do Supremo. A CCJ ainda é presidida por Alcolumbre.

Há outros candidatos na disputa. O subprocurador Antônio Carlos Bigonha, crítico da atuação do MPF na Lava Jato, é citado como um dos favoritos. Ele tem procurado integrantes do Executivo e até conselheiros e amigos do presidente para viabilizar seu nome.

O subprocurador Paulo Gonet, próximo do ministro do STF Gilmar Mendes, também tem feito campanha.

A Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR) tenta ser atendida por Lula a fim de tentar encontrar candidatos viáveis para a lista tríplice, eleita pela própria categoria. O presidente, porém, já disse que não está comprometido a seguir as indicações da ANPR.

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