A advogada Jéssica Tavares, que atua na defesa do indígena bolsonarista José Acácio Tserere Xavante, foi ameaçada depois que o cacique divulgou na quinta-feira (5/1) uma carta em que pede desculpas a Lula e ao STF por ter mentido sobre fraudes nas urnas eletrônicas.
“Peço, humildemente, desculpas ao povo brasileiro por eventuais declarações exageradas que fiz, ao criticar o sistema eleitoral brasileiro. Da mesma forma, peço desculpas ao STF, ao TSE, ao presidente irmão Lula, ao irmão Alexandre [de Moraes]”, disse o documento, que admitiu “equívocos” nos ataques sem provas ao sistema eleitoral.
Tavares recebeu mensagens de um blogueiro e um advogado que aparentemente moram nos Estados Unidos. Os extremistas ameaçaram fazer um ataque hacker à advogada. Após a intimidação, a advogada passou mal na noite da quinta-feira (5/1) e foi levada a um hospital em Brasília.
“Estão ameaçando uma advogada para interferir num inquérito conduzido pelo STF. É um crime grave”, afirmou o advogado João Pedro Mello, colega de Tavares na defesa do Cacique Tserere.
O indígena está preso desde o último dia 12 a pedido da Procuradoria-Geral da República, com base nos supostos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Naquele dia, bolsonaristas reagiram à prisão com atos terroristas, tentaram invadir a sede da Polícia Federal, queimaram ônibus e deixaram um rastro de destruição no centro de Brasília.
