O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu vista nesta quarta-feira (26/4) de um processo sobre a gravação de ramais de servidores Ministério Público Federal (MPF) por meio de um equipamento adquirido pela Operação Lava Jato.
O relator, Mario Bonsaglia, terminou de ler seu voto sobre o caso na sessão de hoje do Conselho Superior do MPF. Ele recomendou o arquivamento do processo disciplinar contra Deltan Dellagnol, ex-coordenador da Lava Jato e hoje deputado federal.
Segundo ele, em relação à questão disciplinar, houve perda de objeto, já que Dallagnol não é mais procurador. Bonsaglia, porém, recomendou que o caso seja remetido à Procuradoria-Regional da 4ª Região para análise de eventual crime previsto na Lei de Interceptação Telefônica. A lei proíbe grampos sem autorização judicial.
O MPF verificou que, com esse equipamento, houve, de fato, gravações sem o conhecimento de servidores que usavam o ramal. Segundo a Lava Jato, porém, tratou-se de um acidente e as gravações não foram usadas.
A recomendação de que o caso seja remetido para análise criminal foi corroborada pelo voto de outros três conselheiros do MPF. Augusto Aras pediu vista para estudar o processo. Falta apenas um voto para formar uma maioria no conselho, já que há ao menos dois conselheiros, de um total de dez, impedidos de analisar o caso.
A próxima sessão do conselho está marcada para 2 de maio, às 9h.