Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

Aprosoja vai à Justiça após ministro atender produtor eleitor de Lula

Associação entrou com ação de danos morais após Ministério da Agricultura atender pedido de Eraí Maggi para plantar soja no vazio sanitário

atualizado 15/09/2023 20:54

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O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, durante audiência pública Antonio Araujo/Mapa

O Ministério da Agricultura atendeu a um pedido de Eraí Maggi, dono do Grupo Bom Futuro e eleitor de Lula, e concedeu autorização para a produção comercial de soja durante o período de vazio sanitário no Mato Grosso. A decisão é alvo de uma ação judicial por danos morais coletivos no valor de R$ 635 milhões.

O vazio sanitário é um período em que é proibido cultivar plantas de soja, em qualquer fase de desenvolvimento, para evitar a proliferação de pragas. O vazio sanitário no Mato Grosso valeu entre 15 de junho e 15 de setembro.

Maggi endereçou o pedido ao ministério como presidente da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa). A pasta acatou a solicitação da Ampa no dia 16 de agosto e permitiu que o cultivo de soja fosse retomado a partir de 1º de setembro. O aval foi concedido por Edilene Cambraia Soares, diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas.

Diante da decisão do ministério, a Associação de Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja-MT) entrou na Justiça contra a AMPA e o Estado do Mato Grosso. A Aprosoja-MT disse que a decisão do ministério foi arbitrária e que o desrespeito ao vazio sanitário poderá levar à proliferação de ferrugem asiática nas lavouras mato-grossenses.

O Ministério da Agricultura é chefiado por Carlos Fávaro. A coluna revelou, no início de agosto, que Fávaro destinou dinheiro de emendas para recuperar estradas que atendem diretamente as fazendas de Eraí Maggi em Mato Grosso.

A assessoria de imprensa do ministério não retornou o contato da coluna para tratar do aval concedido à Ampa. O espaço está aberto para manifestações.

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