Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

Aliados de Daniel Ortega assistem à fala de Lula no Foro de São Paulo

A juíza Alma Nubia Baltodano e o diplomata José Orlando Tardencilla, dois aliados do ditador Daniel Ortega, estiveram no Foro de São Paulo

atualizado 30/06/2023 10:03

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Aliados do ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, a juíza Alma Nubia Baltodano Marcenaro, do Conselho Supremo Eleitoral (CSE), e o diplomata José Orlando Tardencilla deixam reunião do Foro de São Paulo, em Brasília Edoardo Ghirotto/Metrópoles

Dois influentes aliados do ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, assistiram ao discurso de Lula na abertura do Foro de São Paulo, nesta quinta-feira (29/6), em Brasília.

Alma Nubia Baltodano Marcenaro, magistrada do Conselho Supremo Eleitoral (CSE), e o diplomata José Orlando Tardencilla, representante permanente da Nicarágua na Organização dos Estados Americanos (OEA), estiveram no evento que reuniu representantes de siglas e organizações de esquerda. Eles aparecem à direita na foto em destaque.

Baltonado entrou para o CSE em maio de 2021, após Ortega aprovar a reforma eleitoral que garantiu a nomeação de juízes leais à ditadura na Corte. Em agosto daquele mesmo ano, o CSE impediu o partido opositor Ciudadanos por la Libertad de disputar a eleição.

O CSE consumou a reeleição de Ortega em novembro de 2021. Segundo a Corte, o ditador teve 75% dos votos válidos no pleito, marcado por alta abstenção e denúncias de fraude. Em fevereiro deste ano, Baltodano e outros dois juízes eleitorais foram condecorados por Ortega com a principal comenda daquele país.

Na mesma cerimônia, o ditador entregou a honraria máxima para Tardencilla. O diplomata lutou ao lado de Ortega na Revolução Sandinista e, ao contrário de diversos companheiros de guerrilha, manteve-se leal ao ditador.

Tardencilla é pai da juíza Nadia Camila Tardencilla Rodríguez, alvo de sanções dos Estados Unidos por ter retirado a nacionalidade do bispo católico Rolando José Álvarez Lagos. Ela condenou Lagos a 26 anos de prisão pelos crimes de traição, de minar a integridade nacional e a autoridade e de espalhar notícias falsas.

Na sexta-feira (23/6), o Brasil aprovou resolução da OEA que criticava as violações dos direitos humanos e civis na Nicarágua. Lula havia dito na quinta-feira, em entrevista à Rádio Gaúcha, que conversaria com Ortega para tentar “resolver os problemas com a igreja”. A intermediação na crise com a Igreja Católica foi um pedido do papa Francisco ao presidente.

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