Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

AGU estuda revisão em ações em que defendia norma pró-grilagem

Advocacia-Geral da União (AGU) terá que adaptar o posicionamento em ações movidas pelo MPF durante o governo Bolsonaro

atualizado 27/01/2023 15:50

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Indígenas acompanham a votação da PL 490 em frente ao STF Arthur Menescal/Especial Metrópoles

A Advocacia-Geral da União (AGU) estuda como irá proceder nas ações judiciais em que, até o momento, defendia uma norma do governo Jair Bolsonaro que beneficiava grileiros em detrimento de povos indígenas.

Publicada em abril de 2020, a instrução normativa nº 9, da Fundação Nacional do Índio (Funai), permite o reconhecimento de fazendas em terras indígenas ainda não homologadas, fazendo com que imóveis em regiões em disputa sejam regularizados.

O Ministério Público Federal (MPF) moveu 28 ações para impedir que a instrução fosse usada para beneficiar grileiros ocupando terras indígenas. Em julho de 2021, procuradores já tinham conseguido a suspensão da norma em oito estados.

Procurada pela coluna, a AGU disse que estuda como irá rever o posicionamento que mantinha nas ações no governo anterior.

“Considerando a criação do Ministério dos Povos Indígenas, e a mudança de governo e de visão para o tema, a Instrução Normativa nº 9/20 estava, desde a transição, entre as normas a serem revistas pela atual gestão”, disse a AGU.

“A Procuradoria Federal Especializada Junto à Funai, unidade da AGU que presta assessoramento jurídico à entidade, já encaminhou às áreas competentes da Funai questionamento sobre possível revisão da norma. Após a definição técnica do novo posicionamento institucional, será possível adequar a atuação judicial de defesa da Fundação.”

Nesta quarta-feira (25/1), o ministro da AGU, Jorge Messias, anunciou que sua pasta terá um grupo especializado dedicado à defesa dos povos indígenas, dentro da Procuradoria do Meio Ambiente e do Clima.

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