Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

123Milhas operou por 10 dias enquanto preparava recuperação judicial

Segundo processo judicial, 123Milhas gerou certidão de falência 10 dias antes de anunciar que não emitiria mais passagens

atualizado 01/09/2023 6:44

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Imagem do logotipo da 123 Milhas, com letras e números coloridos e um fundo branco - Metrópoles Divulgação/123 Milhas

A 123Milhas já preparava seu pedido de recuperação judicial 10 dias antes de anunciar aos clientes a suspensão da emissão de passagens, apontam documentos do processo. Nesta quinta-feira (31/8), a Justiça aceitou o pedido da empresa, que deve apresentar planejamento de reestruturação em até dois meses.

Em 8 de agosto, a 123Milhas gerou uma “Certidão cível de falência e concordata negativa” no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, como consta do processo, que também tramita na Justiça mineira. A Novum, sócia da empresa, também emitiu a certidão no mesmo dia.

O documento faz parte do pedido de recuperação judicial. A partir daí, a empresa continuou vendendo passagens normalmente por 10 dias, sabendo que não honraria os compromissos.

Foi só em 18 de agosto que a firma anunciou o cancelamento da emissão de passagens promocionais, afetando viagens marcadas entre setembro e dezembro deste ano. Primeiro, informou que devolveria dinheiro por meio de vouchers. Depois, ao pedir a recuperação judicial na última terça-feira (29/8), recuou e afirmou que não faria esses reembolsos.

A Justiça aceitou, nesta quinta-feira (31/8), o pedido de recuperação judicial da 123 e da Novum. Todas as cobranças ficam suspensas por seis meses. Em dois meses, as empresas devem apresentar um plano de recuperação. A recuperação judicial dá à empresa uma espécie de proteção enquanto elabora um plano aos credores com detalhes de como pagará as dívidas e reestruturará os negócios.

Desde que anunciou a suspensão da emissão das passagens, a 123Milhas tornou-se investigada no Ministério Público de São Paulo, no Ministério da Justiça e na CPI das Pirâmides Financeiras na Câmara.

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