Após o padre Júlio Lancelotti receber um bilhete com ameaças de morte, o vice-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Ricardo Vale (PT), propôs uma moção de solidariedade em nome do religioso. A manifestação de apoio precisa passar por votação na Casa, prevista para esta semana, e ser aprovada por maioria simples.
Nesse fim de semana, Lancellotti, conhecido pela atuação com ações sociais em prol da população em situação de rua de São Paulo, recebeu uma mensagem com frases como “padreco de merda” e “petista vagabundo”.
Para Ricardo Vale (PT), o caso precisa ser investigado. “A intolerância em nosso país tem ganhado contornos assustadores, como esse noticiado pelos meios de comunicação contra o padre Júlio Lancellotti”, afirmou.
“A diversidade de direitos decorre da diversidade de pensamento. E todos os pensamentos são possíveis de conviver em uma democracia. O que não pode haver é a intolerância. E, quando ela surge, o Estado precisa agir”, enfatizou Ricardo Vale.
Perfil
Lancellotti é pedagogo e coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo. Ele se destaca nacionalmente pela luta em defesa dos direitos humanos, especialmente de menores infratores e de crianças com soropositivas.
O padre desenvolve o trabalho social há cerca de 40 anos, com ações que incluem desde a oferta de café da manhã para pessoas em situação de rua até a distribuição de roupas e livros.
A Polícia Civil de São Paulo (PCSP) identificou, no domingo (27/8), o suposto autor do bilhete com ameaças a Júlio Lancellotti, o aposentado de 72 anos Wilson Aliano.
