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Vídeo: Anderson Torres diz que PMDF falhou ao não cumprir protocolo em 8/1, mas não aponta culpados

Ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres afirma que plano de segurança para 8/1 era "tão bem feito" que o "tranquilizou"

atualizado 08/08/2023 17:23

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O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres confirmou, durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1, que a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) falhou ao não cumprir o protocolo de ações integradas (PAI) elaborado diante dos protestos previstos para a data. Os atos culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Ao responder às perguntas do deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ), nesta terça-feira (8/8), Anderson Torres disse que a responsabilidade de conter os golpistas até a chegada aos prédios públicos era da PMDF e que houve falha.

“Se o protocolo tivesse sido seguido, não teríamos tido 8/1”, diz Torres à CPI

O ex-secretário confirmou que assinou o PAI antes de viajar aos Estados Unidos, na sexta-feira (6/1), dois dias antes dos atos antidemocráticos. A estratégia proposta no documento, porém, não foi cumprida pela PMDF, segundo Torres. Ainda assim, ele se recusou a apontar os responsáveis pela falha na execução do plano de segurança.

“Falha de quem?”, perguntou o deputado federal. Em seguida, Torres respondeu: “É o que estamos apurando aqui. Não vou apontar. Não vou fazer juízo de valor”.

Veja trecho do depoimento:

Durante o depoimento à CPMI, o ex-secretário afirmou que o PAI foi elaborado a partir de informações da Secretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) — à época, chefiada por Torres. “O plano era tão bem feito, tão complexo e capaz de evitar os danos do dia 8, que nos tranquilizou”, declarou.

O ex-secretário acrescentou que, na sexta-feira anterior aos atos extremistas, os acampamentos golpistas estavam “praticamente desmontados”. “Jamais imaginaria que aquilo aconteceria e se tornaria o 8 de janeiro. Quando viajei, não havia informações de inteligência”, afirmou.

Ex-secretário de Segurança Anderson Torres usa tornozeleira eletrônica durante depoimento na CPI do 8/1
Tornozeleira eletrônica usada por Anderson Torres. Ele foi solto após passar quatro meses preso, mas precisa ficar com o item

“O PAI é tão completo que, realmente, se tivesse sido cumprido à risca, não teriam acontecido os atos de 8 de janeiro. Viajei extremamente tranquilo por esses dois fatores: primeiro, as imagens do acampamento daquele dia; e, segundo, o PAI, que ficou assinado com as determinações para as instituições, os órgãos e as agências trabalharem em 8 de janeiro”, completou.

Torres acrescentou que o protocolo previa como impedir ações violentas, com fechamento da Esplanada, isolamento da Praça dos Três Poderes e trabalho junto às polícias do Senado, da Câmara dos Deputados, Judicial e ao Batalhão da Guarda Presidencial.

“Tudo isso ficou previsto, ficou assinado por mim. Assinei às 15h28 da tarde de sexta-feira [6/1], depois de ler tudo isso. Apesar de ver a imagem do QG [Quartel-General do Exército em Brasília] na sexta-feira”, disse.

O ex-secretário também declarou que “só se caísse uma bomba na Esplanada” poderia ocorrer o caos registrado em 8 de janeiro de 2023, caso o protocolo tivesse sido seguido.

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Anderson Torres depõe à CPMI do 8 de Janeiro
Ex-secretário e ex-ministro em depoimento à CPMI
Anderson Torres presta depoimento à CPI do 8/1
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Anderson Torres chega ao Senado Federal

Hugo Barreto/Metrópoles
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Ex-secretário e ex-ministro em depoimento à CPMI

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Anderson Torres presta depoimento à CPI do 8/1

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“Não chegou a mim”

Para Torres, os atos foram inesperados: “Não havia certeza nem de que os manifestantes viriam”. “Tem um depoimento que diz que, sexta-feira [6/1/2023] à noite, a ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres] não registrava a presença de ônibus nas imediações do DF”, completou.

Pouco depois, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) confrontou o ex-secretário sobre relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), divulgado em grupo do qual Torres seria participante e segundo o qual havia uma convocação de organizadores das caravanas de golpistas para “invadir o Congresso Nacional e outros edifícios da Esplanada dos Ministérios” que seriam alvo das ações violentas.

Em resposta, Torres repetiu três vezes: “Isso não chegou para mim”.

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