Quando ficou fora da equipe de profissionais da Globo que foi para a Copa do Mundo do Catar, Cléber Machado fingiu naturalidade e não reclamou.
“A Copa do Mundo é tão maior do que quem vai ou quem não vai. Todo mundo quer ir pra Copa, do estudante que começa a fazer jornalismo até o veterano… É, é uma questão de escala, questão de logística, é uma questão de recurso”, explicou.
Já naquela época, dissemos aqui que havia “um cheiro de queimado”, mas a vida seguiu. Só que, numa boa entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN, neste fim de semana, Cléber expôs outras situações em que foi claramente humilhado pelos seus chefes na Globo.
No episódio mais chocante, ele foi para a Inglaterra para narrar a Fórmula 1 e acabou sendo trocado por Galvão Bueno em cima da hora, sem nenhuma justificativa:
“Eu fui para a Inglaterra em 1991, para fazer um GP. Cheguei na Inglaterra, o Gilberto Conde (diretor da Globo) me liga: ‘Cleber, Galvão vai narrar a corrida aqui do Rio’. ‘É mesmo? E o que eu faço?’ ‘Assiste a corrida’”, disse ele.
Isso tem nome: é uma baita sacanagem com o profissional. É algo injustificável, inconcebível e desrespeitoso. Qualquer pessoa, com um mínimo de amor próprio, pediria demissão assim que retornasse ao país.
Mas o nosso Clebão, demitido em março deste ano, ainda tenta sustentar que não tem do que reclamar: “Dos meus 44 anos de carreira, eu passei 35 anos na TV Globo e seis anos nas rádios Globo. Foram 41 anos, então, não posso me considerar um cara de fracasso. Deixei uma marca legal. Não estou pesado ou derrubado. Estou na boa. Não sou coitadinho. Está tudo bem”, disse ele.
Nessa mesma entrevista à ESPN, Cléber lembrou que deixou de ser a preferência da empresa para comandar as transmissões das finais da Copa do Brasil, que, em suas últimas três edições, foram transmitidas na voz de Luís Roberto.
Em resumo, apesar de todo o sentimento de gratidão que tenta passar à Globo, é mais do que claro que o ótimo profissional Cléber Machado gostaria (e mereceria) de ter recebido um melhor tratamento do seu antigo patrão.
Mas segue o jogo.
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