Rafael Ilha falou sobre a seletividade da mídia e da classe artística em relação a alguns “escândalos” que acontecem com famosos. Ele, que já foi dependente químico, mencionou o “esquecimento” das pessoas quando se trata de “queridinhos” da grande massa.
O ex-Fazenda deu uma entrevista ao youtuber Bruno Di Simone, no canal NaReal, na qual a coluna teve acesso com exclusividade. A segunda parte do bate-papo vai ao ar nesta terça-feira (26/9), às 11h.
Ao ser questionado sobre como vê a seletividade, Ilha foi direto: “Eu acho que não tem problema em falar o nome dessas pessoas. Uma é o Fábio Assunção, que foi um dependente químico e que hoje, graças a Deus, está bem, trabalhando, é um dos maiores atores que nós temos. Mas isso de seletividade é verdade. O Fábio brigou pra caramba, saiu de calcinha, de roupão, trocou cheque com motorista de táxi, pegaram imagem dele com travestis dentro do quarto usando drogas, mas esqueceram. Falou de droga, é comigo. O Rafael Ilha é o drogado. Mas o Fábio Assunção não, né? O Alexandre Borges também não… Esqueceram”, disparou.
Ele completou: “Tem uma dezena de atores e atrizes que usam droga pra caramba, mas fazem cara de família margarina. E as pessoas não sabem. Aí quando acontece, as pessoas falam: ‘Ô, meu Deus, coitado'”.
Rafael Ilha voltou a comentar sobre os vídeos de câmeras de segurança que flagraram o momento em que Kayky Brito foi atropelado no começo deste mês, em frente a um quiosque na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Para o artista, o ator e o amigo Bruno de Luca estavam usando drogas.
“Hoje eu me questionei uma coisa do vídeo do Kayky Brito e do Bruno de Luca, que é isso. E se fosse eu ali, que estivesse bêbado e drogado. ‘Ah, mas Rafael, quem foi que disse pra você que o cara estava drogado?’. Pô cara eu trabalho com isso, fiz da minha vida um limonada, faço palestras sobre isso, cuido de pessoas com dependência química”, falou.
Rafael Ilha continuou: “Acho que é imbecilidade seletiva também. As pessoas param de falar. Eu não paro. Falo até hoje. Não tenho vergonha da minha história e nem do meu problema. O Casagrande, por exemplo, teve idas e vindas, está aí palestrando, fala abertamente sobre a dependência química… Mas essas pessoas omitem, têm vergonha, medo de serem taxadas, de perderem empregos…”, pontuou.
O ex-Fazenda analisou: “Quem tá bebaço, não fica correndo de um lado para o outro. Entrando e saindo do carro. Quem tá bêbado, trança a perna. ‘Ah, você é especialista em drogas?’, sim, sou especialista em droga dependência. Sou um dos maiores palestrantes do Brasil hoje em prevenção das drogas. Os lugares que eu mais usei droga foi dentro do carro e no banheiro, que é onde a maioria usa droga”.
Rafael Ilha ainda relembrou os casos envolvendo MC Kevin e o ator Sidney Sampaio. Ambos caíram das janelas de hotéis no Rio de Janeiro. O cantor morreu, já Sidney sofreu algumas fraturas e está bem.
“Por que as pessoas não relembram as gafes do Fábio Assunção? Do [MC] Kevin que se jogou lá. ‘Ah não estava bem, coitadinho’. O outro ator [Sidney Sampaio] que se jogou lá no prédio… ‘Ah coitadinho, devia tá com depressão. Não, estava doido mesmo, estava drogado. Só que quem é de verdade, sabe quem é de mentira. […] O pessoal faz uma seletivamente sim, mas tem muita gente que é burra”, disparou.
Ao responder o “bate-bola jogo rápido Na Real”, Rafael Ilha contou que está há 22 anos limpo, sem drogas e revelou que, se tivesse meia hora com alguém da mídia para falar francamente sobre algum assunto, escolheria o filho de Gugu Liberato, João Augusto. “Meia hora trancado comigo no quarto pra trocar uma ideia”, falou.
