O caso envolvendo Lilly Martins e o irmão de Virginia Fonseca, William Gusmão, ganhou novos rumos, na semana passada. O Ministério Público, após analisar os dados enviados pela polícia, resolveu devolver os documentos para a corporação e exigir que a investigação seja retomada.
De acordo com os autos, aos quais esta colunista teve acesso com exclusividade, essas novas medidas são consideradas de extrema importância. Isso porque, na determinação do órgão, o Inquérito Policial vai voltar para as mãos das autoridades, para que sejam feitas todas as diligências consideradas, de fato, imprescindíveis.
Para quem ainda não entendeu, a gente explica: as devidas investigações deverão ser realizadas de forma profunda e minuciosa, porque, no fim das contas, isso não foi cumprido da primeira vez. Com isso, o Ministério Público ficou sem informações para seguir com o processo e, assim, formar uma opinião sobre o ocorrido e tomar as medidas cabíveis com a segurança que o caso requer.
O MP percebeu que algumas testemunhas indicadas não foram sequer intimadas para prestar depoimento junto à polícia, e não foram adotadas providências para verificar se existem os supostos vídeos citados por uma das partes. Ficou evidente que as fases da investigação não foram feitas conforme a lei e a justiça esperam em um procedimento investigativo.
Ainda existem atos a serem realizados para melhor esclarecer os fatos. Logo, não há outra saída além da devolução do inquérito ,para que ele receba, então, o tratamento devido. Diante disso, foi decretada a necessidade de intimar Lilly, para que ela apresente os vídeos mencionados em seu depoimento. Atitude essa que já deveria ter sido tomada há tempos.
O Ministério Público solicitou, ainda, que sejam realizadas as as oitivas – depoimentos – de duas pessoas, consideradas necessárias para que o órgão consiga tomar alguma atitude sobre o ocorrido. A autoridade policial deverá, além disso, tomar todas as medidas que julgar corretas para que o caso seja tratado com a dignidade e o respeito que merece.
Advogado de Lilly, Iago Araújo dos Santos, conversou com esta colunista sobre a primeira vitória: “O que ocorreu no presente inquérito policial foi a pior teratologia (erros absurdos) jurídica que eu já vivenciei na minha carreira. É a primeira vez que eu vejo uma mulher ser vítima de um crime sexual, que é gravíssimo, comparecer na delegacia, informar os nomes das testemunhas com seus respectivos telefones e sair de lá indiciada por denunciação caluniosa, sem sequer terem ouvido as pessoas que ela indicou”, começou.
Iago ainda continuou: “Esse inquérito policial foi totalmente manipulado e parcial. Mas ficamos muito alegres com o posicionamento do Ministério Público, pois nos deparados com um promotor vocacionado, que reconheceu a parcialidade das investigações e determinou a reabertura do inquérito”, declarou ele.
Entenda o caso
A treta entre Lilly Martins e o irmão de Virginia Fonseca, William Gusmão, começou no início de abril, quando o influenciador foi filmado beijando e trocando carícias com a moça. O caso ganhou uma enorme repercussão, pois ele é casado com a influenciadora Mellody Barreto, que está grávida de seu primeiro filho com o empresário.
Depois de as imagens viralizarem nas redes sociais, as esposa de William o defendeu e ele abriu um boletim de ocorrência contra Lilly, acusando-a de armar tudo. Por sua vez, a moça também foi à delegacia registrar o caso, mas saiu de lá acusada de falsa comunicação de crime. Após ser acusada por ele de armar o “flagrante” do beijo entre ambos, a estudante de nutrição resolveu rebater e ainda registrou o caso na polícia. Ela usou seus stories para afirmar que o empresário enfiou a mão em sua roupa e ainda saiu da festa acompanhado.
“Armação? Graças a Deus, eu estava numa festa e tem várias pessoas que estão me mandando mensagens dizendo que viram o ocorrido. E se tiver filmagem (câmera no evento), vai ver quantas vezes eu tirei sua mão de dentro da minha calça, onde o senhor estava pegando na minha b*nda. E se tiver câmera, vai mostrar também o senhor indo embora com uma moça, de roupa preta. Tá bom?”, disparou ela.
Em seguida, ela mostrou o Boletim de Ocorrência que fez contra ele por importunação sexual: “Dá a notícia certa, por favor. E a festa foi em Jussara, não em Goiânia. Eu não estou pedindo dinheiro pra ninguém, mas como você falou que eu estou errada, vem cá saber da história completa”, afirmou.
Dias depois, Lilly ainda revelou que recebeu uma mensagem oferecendo dinheiro para que ficasse calada: ““Na tarde de hoje, eu recebi uma mensagem com a seguinte pergunta: ‘Você quer quanto?’. Ao abrir a mensagem, a pessoa apagou. Eu falei: ‘Não entendi sua mensagem’. Logo após, mandei para uma amiga que mora em Jussara (e perguntei): ‘Você conhece essa pessoa aí?’. Ela falou: ‘Sim, conheço. É filha de um vereador aqui de Jussara, por quê?”, começou.
Em seguida, a moça, que também é bombeira civil, seguiu contando o caso: “Eu relatei o que ela tinha falado e ela disse: ‘Uai. Ó, fulano (William Gusmão) estava na fazenda do pai dela. Ele postou, você viu os stories dele?’. Eu falei ‘não’! Aí, ela me mandou (os stories)”, detalhou, antes de continuar:
“Falei pra moça que não estava à venda. Ela curtiu meus áudios, e quando falei que sabia que ela era amiga do fulano e que ele estava lá, ela me bloqueou. Pois bem, quero dizer a essa moça que nem ela, nem ele, vai me comprar. Não estou à venda. Eu quero Justiça”, disparou Lilly.
