Desde o início das gravações da novela Terra e Paixão, o ator Miguel Galhardo enfrenta um desafio emocionalmente complexo ao interpretar o personagem antagonista, chamado Augusto, que constantemente atormenta o jovem Cristian, vivido pelo talentoso ator mirim Felipe Melquiades.
Embora seja apenas uma ficção, o papel exige que o ator mirim mergulhe nas profundezas de uma personalidade cruel, alguém que pratica o bullying contra um menino albino. Miguel, um ator experiente, confessa que esse papel é um dos mais difíceis de sua carreira.
Ao contrário da trama, na vida real ele é um defensor ferrenho dos direitos humanos e um firme opositor de qualquer forma de discriminação. Ter que personificar um indivíduo cruel e sem empatia tem sido uma tarefa desafiadora para ele, pois precisa deixar de lado suas convicções pessoais para dar vida a um personagem tão repulsivo.
No set de gravação, Miguel tem demonstrado uma dedicação incansável para retratar o antagonista com verossimilhança, mas isso vem com um custo emocional. Ele compartilha que, após cada cena em que seu personagem humilha Cristian, sente-se profundamente abalado. A interpretação fiel das palavras e ações de Miguel acabam afetando seu estado emocional, levando-o a refletir sobre as consequências do bullying e o sofrimento real que algumas pessoas enfrentam diariamente.
O ator confidencia que tem buscado apoio e orientação da equipe de produção, dos colegas de elenco e até mesmo de profissionais especializados para lidar com as demandas emocionais que esse papel exige. Ele reconhece a importância de retratar o bullying na televisão, pois acredita que o tema deve ser abordado de forma responsável e sensível, com o objetivo de conscientizar o público sobre as consequências devastadoras dessa prática.
Apesar dos desafios, Miguel Galhardo acredita que a novela Terra e Paixão está desempenhando um papel importante ao destacar questões como o albinismo e o bullying. Ele se sente honrado em participar de uma produção que busca promover a compreensão e a empatia, desafiando os estereótipos e inspirando mudanças positivas.
Enquanto enfrenta as dificuldades pessoais que surgem ao interpretar um papel tão complexo, Miguel Galhardo espera que sua atuação na novela seja um catalisador para debates construtivos sobre inclusão e respeito mútuo. Ele almeja que sua representação convincente do personagem vilão possa gerar reflexões e, por fim, contribuir para a construção de uma sociedade mais tolerante e acolhedora.
