Famosas pelo enorme pescoço, as girafas estão muito acima dos outros animais silvestres — literalmente. A espécie, no entanto, não se destaca apenas pela altura. Um estudo divulgado nessa quinta-feira (4/5) aponta que o grande mamífero é capaz de tomar decisões com base em informações estatísticas.
A pesquisa, publicada pela revista Scientific Reports, revelou que as girafas conseguem escolher, dentre diversas opções, o recipiente com sua comida favorita, com base em noções de estatística. Anteriormente, apenas animais de cérebro grande, a exemplo dos macacos, tinham habilidades de raciocínio consideravelmente desenvolvidas.
“Grandes tamanhos relativos de cérebro não são um pré-requisito necessário para habilidades estatísticas. A capacidade de fazer inferências estatísticas pode realmente ser difundida no reino animal”, disse o autor do estudo, Alvaro Caicoya, da Universidade de Barcelona.
Para o experimento, duas girafas machos e duas fêmeas foram colocadas em frente a duas caixas transparentes com vegetais. Cada uma tinha proporções diferentes de abobrinha e cenoura, sendo a última a opção preferida do mamífero. Logo em seguida, os pesquisadores tiravam, com as mãos, um pouco de cada pote, sem mostrar a elas.
O animal, então, gesticulava para a mão de onde queria comer, usando apenas as informações dos recipientes. Em 17 dos 20 experimentos, as girafas escolheram com segurança a mão com maior quantidade de cenoura.
No segundo teste, a quantidade de cenoura foi a mesma em ambos os recipientes, mas a escolha correta tinha menos rodelas de abobrinha. Mais uma vez, os mamíferos conseguiram selecionar corretamente. Eles também se saíram muito bem em um terceiro experimento.
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Não é preciso ter um cérebro grande para raciocinar
As decisões das girafas foram baseadas nas frequências relativas de comida nos recipientes, e não em outras informações, como o olfato. Como os animais foram bem-sucedidos em todos os três testes, os pesquisadores concluíram que eles usaram noções de estatística.
“Os resultados do estudo sugerem que grandes tamanhos relativos do cérebro não são um pré-requisito necessário para a evolução de habilidades estatísticas complexas”, frisou Alvaro, propondo que a capacidade de raciocinar pode realmente ser difundida no reino animal.