Uma das regras mais rígidas colocadas em prática pela família real britânica é “nunca reclamar, nunca explicar” polêmicas envolvendo o clã. De acordo com o príncipe Harry, os integrantes da realeza são “condicionados a aceitar” a norma. Ele relatou a experiência diante de um juiz no Royal Courts of Justice, em Londres, capital da Inglaterra, nessa terça-feira (28/3), ao dizer que a monarquia sabia a respeito de espionagens em seu telefone e não fez nada para defendê-lo.
O duque de Sussex integra o grupo que move uma ação judicial contra a Associated Newspaper Limited (ANL), editora dos portais britânicos Daily Mail, MailOnline e Mail on Sunday. A audiência começou nessa segunda-feira (27/3). No segundo dia do julgamento, Harry testemunhou e comentou a respeito da suposta invasão de privacidade da empresa contra ele. O conglomerado de comunicação nega todas as alegações.
“A instituição [monarquia] estava, sem dúvida, retendo informações de mim por um longo tempo sobre o hacking de telefone da ANL”, destacou Harry. Ele acrescentou: “Isso só ficou claro nos últimos anos quando busquei minha própria reivindicação com diferentes conselhos e representações legais”. O príncipe optou por não ficar calado contra a editora após deixar os deveres reais, no início de 2020.
“Não é exagero dizer que a bolha estourou em termos do que eu sabia em 2020, quando saí do Reino Unido”, complementou o duque de Sussex.
A batalha de Harry contra a imprensa do Reino Unido vem de longa data. Desde que o namoro dele com Meghan Markle se tornou público, em 2016, a mídia produz conteúdos ofensivos sobre a ex-atriz de Hollywood. Quando o príncipe anunciou o noivado, reportagens com teor machista e racista estamparam as manchetes dos jornais.
Na série documental do casal para a Netflix, lançada em dezembro do ano passado, Harry lembrou que a esposa perdeu um bebê por conta da pressão imposta pela mídia. “Aquele aborto espontâneo foi criado pelo que eles estavam tentando fazer com ela”, salientou.
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