Uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) comprovou que consumir melancia aumenta a dor de cabeça em pessoas com quadro de enxaqueca. O estudo foi conduzido por Silva Néto, pós-doutor em Ciências Farmacêuticas e professor da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDpar). Os resultados comprovam cientificamente uma crença popular até então não desmistificada.
Inédita, a pesquisa revelou como o consumo da fruta acarreta na formação de óxido nítrico, uma molécula com várias funções no organismo, dentre elas, a dilatação dos vasos sanguíneos. No entanto, na enxaqueca, também há essa dilação. Portanto, a ingestão de melancia se torna uma péssima ideia para que costuma sofrer com crises de cefaleia.
O motivo desse efeito é a quantidade considerável de citrolina no alimento, um aminoácido encontrado em algumas hortaliças, mas especialmente na melancia. Essa substância se converte em outro aminoácido, a arginina, formando o óxido nítrico.
O estudo dividiu dois grupos, entre pessoas com enxaqueca e pessoas com a ausência do quadro. Duas horas depois de ambos consumirem a fruta, foi feita a coleta de sangue para identificar os níveis séricos de nitrito. Os resultados mostraram que 29% do grupo de indivíduos com crises de cefaleia sentiu, após a ingestão do alimento, dor de cabeça novamente. Enquanto isso, as pessoas sem a doença não tiveram sintomas.
Todavia, segundo o professor, o efeito em questão não é universal, afetando, somente, uma parcela das pessoas com crises de cefaleia.
A pesquisa foi divulgada internacionalmente pelas revistas European Neurology e Postgraduate Medicine.
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