Talentosa decoradora e cofundadora da icônica lanchonete Truc’s, Emilia de Araújo Freitas morreu na tarde da última segunda-feira (21/8), aos 93 anos, em razão de um AVC, segundo fontes informaram ao Metrópoles. A paranaense deixou quatro filhos, além de netos e bisnetos.
“Sua vontade se impôs. Você foi elegante e linda para o hospital, e não sofreu. Vai, ‘lindona’, ser chic e arrasar lá no céu! Te amo mais que o infinito”, escreveu a filha Mônica Freitas em postagem no Instagram.
Nascida em 11 de maio de 1930, em Palmas, no Paraná, Emilia mudou-se para o Rio de Janeiro assim que se casou. Mais tarde, veio morar em Brasília.
Em 1973, ela e o marido, Hélio, abriram a memorável lanchonete Truc’s, na Rua de Igrejinha, na 108 Sul. Emilia era responsável pelas receitas do cardápio, incluindo o famoso Macaquito (crepe de banana com queijo e canela), que marcou gerações da capital.
Inicialmente, o espaço funcionava como um bar e lanchonete, com mesinhas na parte virada para a quadra, onde as pessoas bebiam suas cervejas. Depois, o local inovou com lanches servidos em bandejas que firmavam nas janelas dos carros, para que os clientes pudessem comer sem sair dos veículos (uma espécie de drive-thru americano).
Em abril deste ano, Emilia chegou a ser homenageada pela Ricco Burger, com uma receita que resgatou a história da lanchonete. O sanduba X-Mignon Salada foi criado, temporariamente, em celebração ao aniversário de Brasília.
A Truc’s era a sensação da juventude à época, o ponto de encontro em pleno período de ditadura militar. Apaixonada por cozinha, Emilia, por sua vez, não apenas caprichava no cardápio da casa, como também cuidou de toda a arquitetura e ambientação do empreendimento familiar.
Fada do Natal
Durante os anos 1980, já na capital, a paranaense abriu as portas de sua residência, no Lago Sul, para o que se tornou conhecido como a “Casa do Natal”. O projeto a fez ficar famosa na cidade pela decoração natalina impecável, chegando a estampar jornais e revistas na época. Por 15 anos, Emilia convidou outras pessoas para visitar o espaço, que era altamente movimentado.
A decoradora costumava ser elogiada pelas amigas e pelas filhas. Sua árvore de Natal e seus arranjos sempre tinham um diferencial, assim como os enfeites variados que ela escolhia.
Exigente com os trabalhos manuais e extremamente detalhista, ela era convocada para embelezar casas inteiras de Brasília. Seus clientes sabiam de seu estilo clássico e acreditavam no seu bom gosto e qualidade. Suas peças eram únicas e nem um pouco comerciais. Não dava para encontrar algo semelhante nas lojas. As bolas de Natal, por exemplo, eram todas feitas à mão.
Além de estar presente no interior das casas, a artesã já foi convocada para criar a ambientação de shoppings e hotéis de Brasília.
O velório será na quarta-feira (23/8), das 13h30 às 15h, na Capela 1 do Cemitério Campo da Esperança, em Brasília. O sepultamento está marcado para 15h30.
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