Primeiro integrante da realeza a prestar depoimento em 130 anos, o príncipe Harry testemunhou, nessa terça-feira (6/6), na ação judicial contra o Mirror Group Newspaper (MGN), em Londres. Durante o interrogatório, o caçula do rei Charles aproveitou para alfinetar o irmão, William, enquanto se referia à mãe, a princesa Diana.
Harry alegou que os jornais e jornalistas da empresa de comunicação — responsável pelos tabloides Daily Mirror, Sunday Mirror e Sunday People — usam meios ilegais para invadir a sua privacidade. Na ocasião, ele lembrou que a mãe enfrentou o mesmo problema e passou a desconfiar que o vazamento de informações era feito por pessoas próximas.
“Foi muito conflituoso. Só agora, percebendo o que os jornalistas [do Mirror Group] estavam fazendo, e como eles estavam recebendo suas informações, é que posso ver o quanto minha vida foi desperdiçada nessa paranoia”, declarou Harry. Ao fazer a afirmação, o duque de Sussex trouxe para o debate a experiência vivenciada pela mãe, Diana.
“Sempre ouvi pessoas se referirem à minha mãe como paranoica, mas não era. Ela estava com medo do que realmente estava acontecendo com ela e, agora, sei que passei o mesmo”, detalhou o príncipe.
Ao dar o argumento, Harry alfinetou o irmão. Em 2021, o príncipe William enviou uma nota oficial à revista estadunidense Newsweek. Na mensagem, ele utilizou a palavra paranoia para descrever os receios da mãe: “Traz uma tristeza indescritível saber que reportagens contribuíram significativamente para o seu medo [Diana], paranoia e isolamento, que me lembro daqueles últimos anos com ela.”
A princesa Diana morreu em 1997, vítima de um acidente de carro em Paris, na França. Na ocasião, o veículo em que ela estava foi perseguido por paparazzi. Com a intenção de se livrar dos fotógrafos, o motorista acabou colidindo com a parede de um túnel. À época do falecimento de Lady, o príncipe Harry tinha 12 anos e William, 15.
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