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Descubra a planta aquática comestível que é rica em proteínas

Repleto de nutrientes, o ingrediente se mostrou promissor no combate ao colesterol e diabetes, com muitas fibras e ômega 3

atualizado 27/04/2023 18:52

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Getty Images

Poucos sabem, mas uma planta aquática originada no sudeste asiático merece atenção. Ainda não difundida no Brasil — embora estejamos torcendo para que a indústria wellness providencie logo essa aproximação —, vale a pena tomar conhecimento a respeito do poder surpreendente que esse ingrediente natural tem em nosso organismo.

De nome científico Wolffia globosa, a Mankai é uma lentilha d’água minúscula que cresce em lagoas de água doce. Comum no sudeste da Ásia há centenas de anos, ela se parece com trevos flutuantes de quatro folhas.

Apesar de se tornar o mais novo superalimento em potencial do mercado, a planta aquática serviu de fonte de comida para pessoas e animais da região de origem por muito tempo. Devido ao alto teor de proteína e com perfil nutricional riquíssimo, a nossa saúde pode se beneficiar — e muito — da Mankai.

Segundo o nutricionista ortomolecular Alessandro Palatucci Bello, a lentilha d’água pode, sim, ser classificada como um superalimento. Mas o que é isso? “É um alimento que contém muitos nutrientes e compostos bioativos capazes de oferecer um elevado número de efeitos positivos e benéficos para as necessidades do organismo”, define ele. “Para ele ser considerado um superalimento, ele tem que ser bem completo. E a Mankai se enquadra nesse quesito”, acrescenta.

O profissional explica que a planta aquática tem textura neutra, não tem sabor muito amargo ou adocicado. “É de fácil incorporação em várias receitas”, diz.

Alessandro Palatucci Bello
Alessandro Palatucci Bello

Por ser muito pequena, é comum o seu consumo em cubinhos congelados. Ela é excelente, também, para ser aderida a receitas com frutas, shakes, molhos, massas e saladas, por exemplo.

Superalimento

Alessandro dá o aval para quem tem interesse em inserir o ingrediente à dieta alimentar, em razão da lista ampla de nutrientes e benfeitorias que ele traz. De início, ele é low carb.

“Em 100g de Mankai, há apenas 45 calorias. São 1g de gordura, 5g de carboidrato, 4g de fibras e 5g de proteínas, o que a caracteriza como uma planta bem proteica”, fala. “Ainda, contém os 9 aminoácidos essenciais e 6 aminoácidos não-essenciais. Ou seja, é bem completa”, continua ele.

Um estudo publicado na Clinical Nutrition descobriu que a absorção dos aminoácidos essenciais por parte da Mankai é muito alta, semelhante à do queijo e da ervilha, o que comprova a sua alta biodisponibilidade. Para o profissional, a pesquisa é robusta, e mostra que o fator proteico elevado da planta é muito interessante.

A absorção dos aminoácidos essenciais por parte da Mankai é muito alta, semelhante à do queijo e da ervilha

Entretanto, Alessandro repara que, no quesito leucina, isoleucina e valina, três aminoácidos essenciais que participam de várias funções do corpo, incluindo a construção de massa magra, o queijo ainda mostrou a maior concentração proteica, em comparação à Mankai e à ervilha convencional.

“Mas, de qualquer forma, a Mankai teve uma resposta muito boa. E vale saber que a vitamina B12, absorvida pelo nosso corpo proveniente de animais, foi apontada no estudo com maior concentração na planta aquática, em comparação às alterações induzidas pelo queijo e pela ervilha. Isso mostra que ela é uma excelente fonte substituta e de alta qualidade para proteína animal, e uma fonte biodisponível de muito potencial para a vitamina B12”, sinala o especialista.

Em, aproximadamente, 85g da planta, há 5g de proteína, que equivale, mais ou menos, à quantidade de proteína que tem em um ovo.

Em 85g da Mankai, há 5g de proteína, o que equivale, mais ou menos, à quantidade proteica de um ovo

Justamente por não ser de origem animal, a lentilha-d’água não tem colesterol, além de contar com baixo teor de sódio, o que é muito interessante, conforme o nutricionista pontua, visto que a maioria das plantas aquáticas desse tipo têm uma quantidade considerável de sódio.

A Wolffia globosa, ainda, carrega bastante vitamina A (retinol), composto importante para a saúde dos olhos, melhorando a visão, a hidratação da superfície ocular, e trabalhando na renovação adequada das células do tecido da retina e, até mesmo, do corpo em geral.

O zinco também é muito abundante no superalimento. Ele é crucial na formação proteica, na atividade e manutenção cerebral, na imunidade e na formação dos espermatozóides dos homens — como também na saúde feminina. “O zinco é essencial para o cabelo, ele previne infecções, várias doenças degenerativas e diabetes e está diretamente relacionado à entrada da Acetil-CoA, molécula importante para a respiração celular”, afirma.

O zinco é crucial para a atividade e manutenção cerebral

Alessandro sinaliza que a falta do mineral traz vários transtornos e doenças, como a diminuição da quantidade de testosterona e a piora da qualidade muscular. “Ele está relacionado à produção de GH e de insulina, além de tudo”, expõe.

“Em 85 g de Mankai, há 25% de zinco, o que equivale a uma xícara de quinoa, mais ou menos, sendo 25% da composição diária necessária para o ser humano”

Alessandro Palatucci Bello

O potencial encontrado na lentilha d’água fez com que os cientistas se apaixonassem por uma nova versão da dieta mediterrânea.

Trata-se da dieta mediterrânea verde, que se resume em ingerir, principalmente, alimentos à base de plantas, como frutas e vegetais, incorporando grãos integrais, feijões, nozes, frutos do mar, aves magras e gordura insaturada do azeite de oliva extravirgem, com a adição diária de nozes, chá verde e 100g de lentilha d’água Mankai.

Alguns pesquisadores descobriram que esse novo plano alimentar é excelente para a saúde cardiovascular, diminuindo o colesterol ruim e aumentando o colesterol bom, e reduzindo, ainda, os marcadores inflamatórios no corpo, como o PCR. Segundo Alessandro, a dieta mediterrânea, por si só, já diminui a quantidade de colesterol e o PCR. Mas com a introdução da Mankai, que já tem uma quantidade excelente de proteína e fibras, por exemplo, ela vai trazer ainda mais benefícios.

A dieta mediterrânea verde acrescenta nozes, chá verde e 100g de lentinha d’água Mankai

Em relação à diabetes, o ingrediente se mostrou perspicaz igualmente. Um estudo publicado no Diabetes Care mostrou que pessoas que consumiram shake substituto de refeição feito com a planta durante alguns meses exibiram níveis mais baixos de açúcar no sangue depois de comer; respostas atrasadas de açúcar no sangue depois de comer; períodos de absorção de glicose mais curtos depois de comer e níveis mais baixos de açúcar no sangue em jejum ao acordar pela manhã, quando comparado a um grupo de controle bebendo um shake de iogurte.

“A pesquisa revelou que a Mankai provocou um pico de glicose pós prandial mais baixo, até mesmo em comparação ao iogurte natural, que é à base de leite. Então, o superalimento pode ser, sim, usado para modular os efeitos glicêmicos pós-alimentação — além de melhorar, também, a saciedade, pela quantidade de fibras”, elucida o profissional.

Em cerca de 85g da planta, há 14% da necessidade diária de fibra, o que assemelha-se, aproximadamente, a um abacate.

Em relação à diabetes, o ingrediente se mostrou perspicaz igualmente

A Mankai ainda é rica em ferro e ácido fólico. De acordo com o nutricionista ortomolecular, o ferro é indispensável para as funções biológicas, sendo crucial para a síntese de DNA, reparo celular, produção energética e transporte de oxigênio. “A falta da substância pode trazer processos depressivos e sintomas como perda de cabelo, quebra de unha, pele mais seca no canto da boca, fraqueza, menor desempenho, dor de cabeça, apatia e desânimo”, menciona.

Já o ácido fólico, ou seja, a vitamina B9, encarrega-se da síntese de DNA, da formação das proteínas, e do crescimento e divisão celular. “É fundamental na recuperação de várias patologias, no trato intestinal”, conta o especialista.

“Quando a mulher está grávida, por exemplo, ela tem que repor ácido fólico e ferro, pois eles estão relacionados à formação tanto da parte de nível celular quanto da parte do DNA. O ácido fólico ajuda na formação do tubo neural do bebê”, esclarece Alessandro Palatucci Bello.

Em 85g de Mankai, há o equivalente a 45% da necessidade diária de ferro e 60% da necessidade diária de ácido fólico. Esse último corresponde a, mais ou menos, 12 aspargos.

É possível encontrar na planta aquática, também, Ômega 3. Em 85g, por exemplo, há o equivalente a 10 vezes mais que cada grama de espirulina, uma poderosa microalga anti-inflamatória.

A Mankai tem 10 vezes mais Ômega 3 que a espirulina

O profissional confirma que o Ômega 3 proveniente de peixes de alta profundidade podem ser contaminados por metais pesados, como o mercúrio, justamente porque o mar está contaminado. No caso da Mankai, isso não acontece. Mais uma vantagem de consumir o ingrediente.

“O Ômega 3 é um excelente anti inflamatório, antioxidante e protetor cardíaco. Ele evita a formação de coágulos e ajuda a combater a depressão e doenças auto imunes. Controla a glicemia e melhora a parte cognitiva”, lista Alessandro.

Para o nutricionista, a Wolffia globosa tem, além de tudo, uma quantidade muito boa de cromo e de colina (220mg). Essa última, 56% mais que o próprio brócolis. No organismo, ela é encontrada principalmente nas membranas celulares e no neurotransmissor acetilcolina. Já o cromo auxilia na diminuição da formação de colesterol e na melhora de quadros de diabetes tipo 2.

A lentilha-d’água ainda não é difundida no Brasil. Mas enquanto esperamos pela tão aguardada chegada no país, o profissional sugere outros superalimentos que podem ajudar a enriquecer a dieta:

Alessandro adverte que nenhum dos alimentos citados acima substituem uma refeição por inteiro. “Eles estão ali para elevar os números de efeitos positivos para as necessidades do corpo e obter qualidade de vida”, finaliza.

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