A Itália é conhecida por sua beleza exuberante, cultura, gastronomia e pela excelente qualidade dos vinhos, já que é o principal produtor da bebida no mundo, de acordo com a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). Porém, a nação está passando por uma “saia justa” com um país na Europa. A Irlanda está com um plano de colocar avisos de saúde em garrafas de vinho, cerveja e destilados. A ação deixou os italianos irritados.
Segundo o site The Guardian, a medida pretende alertar os consumidores sobre os riscos de câncer e doenças hepáticas causados pelo consumo de álcool. Dublin, capital irlandesa, informou a Comissão Europeia a intenção em junho do ano passado e não recebeu nenhuma objeção do órgão, apesar dos protestos do País da Bota, da Espanha e de seis outros membros da União Europeia (UE).
A Coldiretti, a maior associação de agricultores da Itália, descreveu os alertas “aterrorizantes” como um “ataque direto” contra o país, que é um importante exportador de vinho, com receita anual de 14 bilhões de euros.
“A luz verde da UE para rótulos de vinhos alarmistas na Irlanda representa um precedente perigoso, pois corre o risco de abrir a porta para outra legislação capaz de influenciar negativamente as escolhas do consumidor”, afirmou a associação em comunicado.
E acrescentou: “É totalmente impróprio equiparar o consumo excessivo de aguardentes, típico de alguns países, ao consumo moderado e consciente de produtos de qualidade e com menor teor alcoólico, como a cerveja e o vinho.”
Ettore Prandini, presidente da Coldiretti, disse que, embora seja correto a União Europeia proteger a saúde dos cidadãos, isso “não pode ser traduzido em decisões simplistas que correm o risco de criminalizar injustamente produtos individuais, independentemente das quantidades consumidas”, revelou o portal britânico.
Uma vez implementada a legislação pelo governo irlandês, a indústria do álcool terá três anos para executar a rotulagem nas embalagens de seus produtos.
A medida foi autorizada pelo projeto de Regulamentos de Saúde Pública de 2022, informou o Irish Independent em junho de 2021.
Mesmo que a Irlanda não seja um grande exportador da bebida, o presidente da marca de vinhos Chianti disse ao The Guardian que o país pode influenciar outras nações a adotar atitudes semelhantes. “Isso causaria danos ‘inestimáveis’ à imagem do vinho italiano”, disse.
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