Não é apenas o nosso rosto que pode se beneficiar dos tratamentos dermatológicos e estéticos disponíveis no mercado. Várias outras regiões do corpo merecem atenção, com tecnologias e novidades que visam melhorar a saúde e a aparência. Enquanto o verão se aproxima, aos que planejam colocar a roupa de banho para jogo, eis uma boa notícia: existem diversas opções para dar um “up” nos glúteos.
Quem conversa sobre o tema com a Coluna Claudia Meireles é a dermatologista clínica, cirúrgica e estética Danglades Eid. Nos preparativos para as férias de fim de ano, em que muitos pacientes “correm atrás” do embelezamento corporal, ela entrega o que há de mais novo e melhor para o bumbum.
Confira:
Bioestimuladores de colágeno
“A hora é agora”, antecipa a médica, referindo-se ao momento ideal de cuidados com a região para as férias. “Os tratamentos corporais demoram mais tempo para que os resultados apareçam”, justifica.
Danglades acrescenta que, nos últimos tempos, houve um investimento grande da indústria em produtos mais seguros para a área dos glúteos. “A começar pelos bioestimuladores. Antigamente, só tinha o Sculptra, que é o ácido poli-L-láctico (PLLA), e o Radiesse, que é a hidroxiapatita de cálcio. Mais recente, foram lançados o Elleva e o Elleva X, que também são a base de ácido poli-L-láctico (PLLA)”, diz a dermatologista.
Vale ressaltar, segundo ela, que o bioestimulador de colágeno é um tratamento caro, então o investimento é um fator que deve ser levado em consideração.
Danglades tem optado por trabalhar com o Elleva X na área glútea. “Ele tem a duração de dois anos. O primeiro ano é quando ele tem um estímulo maior de colágeno, mas, para ele sair do organismo, pode levar até 24 meses. O Elleva X aumenta em até 60% a produção de colágeno”, informa.
De acordo com a profissional, esse ácido poli-L-láctico é um produto muito bom para melhorar a firmeza e a qualidade da pele, como também celulites e estrias. “Não vai acabar com as celulites e as estrias. Temos que ser realistas com os resultados. Mas, sim, ele melhora. E, dependendo da quantidade colocada, ele aumenta, também, um pouquinho o volume”, pontua a dermatologista.
Portanto, para a especialista, o Elleva X é muito interessante para os glúteos, pois oferece um tratamento com resultado melhor a um custo mais acessível, analisando a questão da quantidade de produto que vem.
Ácido Hialurônico
Outro grande investimento recente da indústria é o uso do ácido hialurônico para volumizar o bumbum. “Aquela depressão trocantérica que surge quando a pessoa vai envelhecendo, vai ficando fundinho, você coloca um pouquinho de ácido hialurônico ali para dar uma sustentada, o bumbum fica mais redondinho, fica mais bonito. Às vezes, em uma celulite mais profunda, você faz uma subcisão e associa ao ácido hialurônico”, comenta Danglades.
Mas por que não usar o ácido hialurônico do rosto no bumbum? Respondendo a essa pergunta, a médica esclarece que a substância destinada à área da face exige uma maleabilidade, uma integração, que seja de acordo com a mímica facial de cada pessoa.
O ácido poli-L-láctico (PLLA) são micropartículas que, na verdade, são injetadas na cútis para estimular o colágeno. “Essas partículas vão estimular os fibroblastos a produzirem colágeno”, completa. Já o ácido hialurônico é uma partícula que vem em gel para dar volume, e vai sendo degradado com o tempo.
“A questão é que se aplicarmos no glúteo o ácido hialurônico do rosto, isso iria consumir muito rápido. E ele é caro. É um tratamento que, com certeza, o resultado iria durar menos tempo do que esses produtos que estão sendo desenvolvidos especificamente para a área”, diferencia a profissional.
Danglades conta que três laboratórios lançaram ácido hialurônico específico para região glútea. As marcas são Sofiderm (Aeskins), Body Shape (Rennova) e Up Max (Ilikia). “Elas são seguras e com preço acessível”, afirma a médica.
Outro benefício da substância, segundo a dermatologista, é que, com o tempo, ela sai do organismo naturalmente, o que é bom. “Quando nós envelhecemos, não envelhecemos somente a pele, mas também o osso, o músculo e a cartilagem. Se você deixa um outro produto definitivo ali, às vezes, o que está ao redor despenca”, declara.
Alerta para os casos de PMMA
Um exemplo de produto definitivo é o PMMA (polimetilmetacrilato), que, apesar de ter a liberação da Anvisa para ser aplicado, ele não sai do organismo naturalmente. “Para tirá-lo do corpo, precisa cortar e retirar o produto. E, ainda sim, não é certeza que vai tirar tudo, porque ele fica entremeado ali no tecido”, pontua Danglades.
A técnica de aplicação do metacril (PMMA) no glúteo é muito mais complexa, pois é uma aplicação profunda. A especialista diz que ele é injetado dentro do músculo, numa área que fica próxima aos grandes vasos. “É por isso que há casos de pessoas que tiveram falta de ar durante o procedimento. Provavelmente, o profissional injetou o produto dentro de um desses vasos, que entrou na circulação e foi parar no pulmão, ocasionando em uma embolia pulmonar”, menciona.
Outra problemática envolvendo a técnica é que, ainda que seja um procedimento médico, outros profissionais de saúde também a realizam. “E é aí que eu me questiono: será que eles têm treinamento para fazer um aumento de volume de glúteo com PMMA, sendo que essa é uma técnica muito mais complexa? Olha os riscos que os pacientes estão correndo”, reflete Danglades.
Embora a dermato se posicione quanto ao PMMA, ela lembra que existem médicos muito bons que fazem e defendem o procedimento. “Mas as pessoas precisam saber que, por ser uma técnica muito mais complexa, ela exige uma habilidade muito maior dos profissionais que forem realizar. E elas devem saber que aquele produto é definitivo”, alerta.
Ainda, Danglades acrescenta que, mesmo com as estatísticas baixas, um paciente que se submeteu à aplicação de polimetilmetacrilato pode ter problemas com o produto 10 ou 20 anos depois. Ou seja, nem sempre isso ocorre logo em seguida. “Então como você vai saber se a estatística está certa?”, levanta.
O conselho da especialista para esses casos é: “Saiba o que está sendo colocado em você, para que você tenha o poder de escolha. E procure um profissional que seja experiente”.
Tratamentos aliados
Além das novidades apresentadas pela dermatologia (bioestimuladores de colágeno e ácido hialurônico), a profissional recomenda outras práticas que colaboram com os resultados:
- Fazer atividade física regularmente (2 a 3 vezes por semana);
- Ter uma alimentação equilibrada;
- Tecnologias de campo eletromagnéticos, como o CM Slim, que faz contrações musculares involuntárias;
- Enzimas “esvaziadoras” de gordura;
- Ultrassom micro e macrofocado, como o Ultraformer MPT;
- Criolipólise.
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