Um mês e quatro dias antes da coroação da rainha Elizabeth II completar 70 anos, o seu primogênito, o rei Charles III, será oficialmente coroado como majestade do Reino Unido e de países que compõem a Commonwealth. A histórica cerimônia está prevista para acontecer em 6 de maio na Abadia de Westminster, em Londres. Os detalhes do evento têm sido elaborados sob o codinome Operação Golden Orb.
Tem dúvidas sobre o icônico evento que irá coroar Charles como rei e Camilla Parker como rainha? Independentemente da resposta, a coluna montou um guia com o que você precisa saber a respeito da coroação de Charles. Confira e fique por dentro!
Convites
Nessa terça-feira (4/4), o Palácio de Buckingham divulgou o convite a ser enviado. Desenhado à mão em aquarela e guache pelo artista Andrew Jamieson, a ilustração apresenta símbolos britânicos, a exemplo de flores emblemáticas, ícones do folclore e de animais silvestres típicos da região. Segundo a instituição, o invite será impresso em papel cartão reciclado, com detalhes em folha de ouro.
Além de integrantes e amigos próximos da família real, a ocasião reunirá monarcas de outros países, representantes da sociedade civil, líderes políticos e chefes de Estado. Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden não irá à coroação, entretanto, sua esposa, Jill Biden, o representará.
Realezas
De acordo com a imprensa britânica, o príncipe Albert de Mônaco e o príncipe Fumihito e a esposa, Kiko, da realeza japonesa, confirmaram presença. A lista inclui ainda os dois filhos do rei Charles, William e Harry. O segundo herdeiro não garantiu ir à coroação até então. Detentor do título de duque de Sussex, ele tem uma relação turbulenta com o pai e, principalmente, com a madrasta, Camilla.
Com papéis de destaque na cerimônia, William e a esposa, Kate Middleton, estão confirmadíssimos, assim como seus três filhos, George, Charlotte e Louis. Irmãos de Charles, Anne e Edward, na companhia dos respectivos cônjuges, devem comparecer ao evento. A incógnita paira sobre o príncipe Andrew, com quem o rei firmou embates. O duque de York deixou a vida pública após envolvimento em um escândalo de abuso sexual.
“Princesas Eugenie e Beatrice e os respectivos cônjuges; Zara e Mike Tindall e, possivelmente, os filhos mais velhos; e espera-se que Peter Phillips e suas filhas estejam entre a congregação. Haverá também um grande número de primos [do rei]: do príncipe Michael de Kent a Lady Sarah Chatto e suas famílias”, publicou a revista britânica Tatler.
Local
Imponente templo religioso, a Abadia de Westminster faz parte de diversos capítulos da história da monarquia britânica por testemunhar a coroação de todos os soberanos desde Edward I em 1274, exceto de Edward V e Edward VIII, o primeiro sofreu um “golpe” e o segundo abdicou ao posto, respectivamente. Antes disso, em 1066, houve a cerimônia de Guilherme, o Conquistador.
A construção atual da igreja começou em 1245 por Henrique III. A Abadia de Westminster foi “palco” de 16 casamentos reais, número que abrange o enlace da então princesa Elizabeth e do príncipe Philip, em 1947. O templo abriu as portas para funerais, por exemplo, o da princesa Diana, em 1997, e o da rainha Elizabeth em setembro do ano passado.
Programação da coroação
Segundo o jornal britânico The Times, haverá uma procissão dentro e fora da Abadia de Westminster. Na parte externa, o cortejo será em carruagens. Passarão pelas ruas em direção à igreja o rei Charles e a rainha Camilla; Kate e William com os três filhos; Anne e o marido, Timothy Laurence; Edward e a esposa, Sophie Rhys-Jones; o duque e a duquesa de Gloucester; o duque de Kent e a irmã, a princesa Alexandra.
Dentro da Abadia, os trajes sagrados e símbolos oficiais da monarquia, o que inclui o cetro com a cruz, o cajado de São Eduardo e as espadas da Misericórdia, Justiça Espiritual e Justiça Temporal, devem ser conduzidos ao rei e à rainha. Ao término da solenidade religiosa, Charles, Camilla, William e Kate com os três filhos saudarão os súditos da varanda do Palácio de Buckingham.
Bênção
Pelo protocolo descrito pelo Royal Collection Trust, a parte mais sagrada de toda a coroação se trata da unção do rei. O arcebispo de Canterbury, Justin Welby, derramará o óleo do crisma, consagrado em Jerusalém, em uma colher especial e unge o soberano nas mãos, peito e cabeça. Esse momento fica escondido por ser “tampado” por um dossel, contudo, o jornal The Telegraph noticiou que uma armação alternativa está em desenvolvimento.
“Um dossel alternativo, com um topo transparente, está sendo feito para dar ao rei a opção de permitir que a unção seja capturada na câmera pela primeira vez”, salientou o The Telegraph.
Rainha sem o consorte
Por ser casada com o rei Charles, Camilla deveria ser chamada como rainha consorte. A partir da coroação, porém, ela passará a ser definida como rainha, apenas. Embora detenha o importante título, ela não integra a linha de sucessão do trono. O primeiro da fila é o primogênito do monarca, o príncipe William.
Pajens de honra
Segundo colocado na lista sucessória para comandar a Coroa do Reino Unido, o príncipe George será um dos pajens de honra do avô paterno, o rei Charles III, na histórica coroação. Os outros garotos escolhidos são filhos de amigos do soberano. Além do pequeno príncipe e futuro rei da Inglaterra, o quarteto que acompanhará o soberano é formado pelo lord Oliver Cholmondeley, de 13 anos; Nicholas Barclay, também de 13; e Ralph Tollemache, com 12.
Camilla também terá pajens de honra. Ela escolheu três netos, são eles, Freddy Parker Bowles, de 12 anos, e os gêmeos Gus e Louis Lopes, com 14. Sobrinho neto da rainha, Arthur Elliot compõe a trupe.
Mais festas
A cerimônia religiosa da coroação está prevista para o sábado (6/5). Entretanto, a festa não para por aí. O Palácio de Buckingham convidou os britânicos a darem continuidade nas comemorações. No domingo (7/5), os súditos devem realizar um “grande almoço” nos respectivos bairros. À noite, o Castelo de Windsor receberá um festival musical, com shows de Lionel Richie e as irmãs Kylie e Dannii Minogue.
Está decretado feriado no Reino Unido na segunda-feira (8/5). A família real pediu aos britânicos que se comprometam a fazer ações voluntárias.
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