Jaqueline Boneti, viúva de Fábio Cordeiro da Silva, doador do coração de Faustão, concedeu entrevista ao Domingo Espetacular e relembrou o dia em que o marido sofreu o AVC. Além de falar sobre a retirada dos órgãos do azulejista, ela denunciou uma suposta omissão de socorro.
“Eu achei a coisa mais revoltante da face da terra porque isso é uma omissão de socorro. Como uma pessoa que trabalha em um prédio que tem porteiro, tem toda uma acessibilidade, onde só se pode trabalhar até às 18h da tarde, que ele não pode ficar com a chave, ninguém sentiu falta”, relembrou.
Flávio, irmão de Fábio, explicou que ele ainda estava consciente quando encontraram. “Ele não falava. Tentaram alimentar ele, mas a enfermeira disse que tinha dado AVC”, declarou. Os familiares do azulejista contaram que ele também cuidava bastante da saúde e que se comunicava com muito esforço e apenas com o corpo.
“Toda vez que falava: ‘Levanta a cabeça para me beijar’, ele forçava para me beijar, ele estava consciente”, contou a viúva.
Sobre a doação dos órgãos, Jaqueline contou que imaginou outra mãe chorando por um coração. “Eu sou mãe, e imaginei uma outra mãe rindo [com o coração doado], mesmo eu aqui chorando”, disse ela, que assinou o termo de consentimento. Pouco depois da morte de Fábio, o coração foi levado de ambulância ao Canindé e, depois, transportado para Faustão.
Gratidão
Ao ver o recado de Faustão, Jaqueline se emocionou muito e foi às lágrimas. “A única coisa que eu posso falar é que eu espero muito, muito ver esse homem na televisão todos os dias, para eu ter a única certeza de que eu vou o coração do Fábio batendo”, completou.
Por fim, a viúva de Fábio disse que se sente feliz pelas vidas que o marido salvou. “Eu só queria ter a última chance de colocar a minha cabeça no peito dele e escutar batendo de novo. Porque escutei esse peito durante 13 anos. Eu não acredito que meu amor se foi, mas, graças a Deus, ele pode salvar toda essas vidas”, completou, com a voz embargada. Confira a reportagem completa aqui.
