Os cães de Jeff Machado, ator encontrado morto no Rio de Janeiro (RJ), nessa segunda-feira (22/5), foram peças fundamentais para que a polícia solucionasse o desaparecimento do artista, de 44 anos. Foi a partir da localização dos animais abandonados que a ONG Indefesos passou a procurar o dono dos pets.
No início, a intenção da ONG em achar o dono dos cães era responsabilizá-lo pelo abandono. Porém, com o tempo, surgiram pistas de que Jeff estava com algum problema, já que parecia improvável que ele abandonasse oito cães da raça Setter, rara no Brasil.
Todos os pets de Jeff, que trabalhava na TV Record, tinham nomes de ídolos da MPB. O primeiro a ser encontrado foi Cazuza, no dia 30 de janeiro deste ano, nas ruas de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. Uma moradora entrou em contato com a ONG relatando que o animal parecia muito cansado e ficou com ele até que um representante fosse buscá-lo no dia seguinte.
No dia 31 de janeiro, Vinícius de Moraes foi encontrado em condições parecidas no mesmo bairro. Na quarta, 1º de fevereiro, foram achados Nando Reis e Tim Maia, o que despertou a desconfiança sobre o “despejo” de setters em Santa Cruz.
Busca Por Jeff Machado
Foi assim que a equipe desvendou a identidade do dono dos quatro cães: o ator Jeff Machado. Ele, então, passou a ser procurado para pegar os bichos e ser responsabilizado pelo abandono.
Segundo a ONG, uma pessoa teria entrado em contato se passando pelo tutor, relatando que estava viajando e que tinha deixado os bichos com uma amiga, mas eles fugiram. Porém, ao pesquisar nas redes sociais, a equipe descobriu que, na verdade, ele tinha oito cães da raça. Então, começaram as buscas pelos animais restantes.
No dia 3 de fevereiro foram encontradas Elis Regina, em Paciência, também na Zona Oeste do Rio, e Rita Lee, que morreu após ser vítima de um atropelamento. Por fim, em 4 de fevereiro, Caetano Veloso foi localizado em Campo Grande, mesmo bairro que o corpo de Jeff foi localizado. Gilberto Gil, o oitavo cachorro do ator, não foi localizado.
Amigo é suspeito
O crime é investigado pela polícia do Rio. Os restos mortais do homem foram queimados e concretados em um baú, enterrado em um buraco de dois metros de profundidade.
A coluna de Fábia Oliveira, do Metrópoles, conversou, com exclusividade, com Cintia Hilsendeger, amiga do artista, que deu mais detalhes do crime bárbaro. Segundo ela, ele foi pego dentro de casa em uma emboscada feita por um suposto amigo, que dizia trabalhar com produção de novelas.
“O Jefferson não tinha inimigos, mas ele teve um falso, que foi o Bruno, que tinha interesse no Jefferson. E ele também trabalhava com produção de teatro, novela, essas coisas… Ele dizia ao Jefferson que trabalhava na Globo e que arranjaria uma ponta pra ele lá. A gente acredita que foi em uma reunião de trabalho na casa do Jefferson que ele foi assassinado”, contou ela.
Cintia disse, ainda, que uma segunda pessoa também está envolvida no caso. “E não foi ele sozinho. Foi ele e mais alguém porque ele sozinho não conseguiria fazer isso… com os requintes de crueldade com que foi feito”, completou.
