A Aliança Nacional LGBTI+ e a Associação Brasileira de Família Homotransafetivas (Abrafh) estudam entrar uma ação civil público contra o cantor Bruno, dupla sertaneja de Marrone, após fala transfóbica contra a repórter Lisa Gomes, durante uma entrevista na sexta-feira (12/5).
À colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, as entidades entendem que o comentário feito pelo cantor é “muito usado contra a coletividade de pessoas trans”.
“Nós estamos fazendo uma análise interna sobre as medidas que podemos adotar, mas o mais provável é uma ação civil pública, porque esse tipo de ofensa é muito usada contra a coletividade de pessoas trans”, alegou a advogada Amanda Souto Baliza, que representa ambas as organizações.
A advogada ainda comentou: “É um tipo de ação que, caso a pessoa seja condenada, não é a vítima que ganha o valor da indenização. Esse recurso é destinado a fundos para iniciativas de enfrentamento a esse tipo de violência.”
Lisa Gomes, por sua vez, afirmou ao jornal Extra que pretende processar o cantor pela fala transfóbica. Amanda afirma que a ação pública não impede os direitos da repórter.
“Quando há uma vítima direta é importante que ela tenha essa autonomia do que ela quer fazer. A gente tem que entender primeiro o que a vítima vai decidir, e depois tomamos uma decisão enquanto entidade”, disse ela.
Entenda o caso
A situação aconteceu durante um evento sertanejo em São Paulo. Na ocasião, Bruno perguntou à Lisa “se ela tinha peru”, pouco antes de iniciar a entrevista.
Assista o momento:
Lisa Gomes, repórter trans do TV Fama, é constrangida pelo bolsonarista Bruno, da dupla com Marrone. É inadmissível a transfobia e o desrespeito, ainda mais vindo de uma pessoa q influencia outras pessoas através da música. Transfobia é crime e Bruno precisa ser responsabilizado! pic.twitter.com/zeQ2bS8vFU
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) May 15, 2023
A dupla de Marrone chegou a ligar para a repórter após o ocorrido e culpou o consumo de bebida alcoólica pelo comentário.
