Qual seria a sua reação se visse o passageiro de um voo em que você está assistindo um filme sobre um desastre aéreo? Pois bem, o diretor de A Sociedade da Neve, da Netflix, Juan Antonio Bayona, flagrou um rapaz acompanhando a trama dentro da aeronave durante uma viagem.
Pelos stories do Instagram, Bayona deixou claro que estava em um avião e aproveitou para mostrar o homem curtindo o seu filme. Coincidentemente, o cineasta pegou o momento em que o filme de A Sociedade da Neve começa a chacoalhar e, em seguida, bate na montanha. Ele ainda acrescentou um emoji de carinha assustada. Confira o vídeo:
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Nas redes sociais, é claro que muitas pessoas se divertiram com a situação e comentaram o vídeo. “Coragem”, disse uma pessoas, rindo bastante. “Eu correndo antes de viajar e o doido vendo no avião”, falou outro. “Morri de agonia na cena do acidente no conforto da minha casa. Imagine no avião”, acrescentou mais um. “É tipo alguém assistir Titanic em um cruzeiro”, pontuou um quarto.
A Sociedade da Neve é indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional
Fenômeno da Netflix, A Sociedade da Neve, dirigido pelo espanhol J.A. Bayona, foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional. O longa também concorre na categoria de Melhor Maquiagem e Penteado.
Até a semana passada, a produção espanhola somava 68,3 milhões de horas assistidas e já constava na lista de filmes de língua não inglesa mais vistos na história do streaming.
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Conheça a real história
O Voo 571 da Força Aérea do Uruguai saiu de Montevidéu em 12 de outubro de 1972, com destino a Santiago, no Chile, levando o time de rugby amador uruguaio Old Christians, do colégio Stella Maris, além de amigos e familiares do grupo, para uma competição. Ao todo, 45 pessoas estavam a bordo e 29 sobreviveram à queda, ocorrida no dia 13. Desses, apenas 16 resistiram aos ferimentos do acidente e aos mais de dois meses de fome, frio, cansaço e condições climáticas extremas.
O trabalho das autoridades em busca de sobreviventes chegou a ser encerrado após alguns dias, por conta das condições extremas do local. O grupo soube disso por meio de um rádio e Fernando Parrado e Roberto Canessa decidiram caminhar pela montanha em busca de algum vilarejo próximo. Foi aí que encontraram o cavaleiro Sérgio Catalan, que chamou por ajuda. Nos dias seguintes, um helicóptero apareceu para resgatá-los.
As 16 pessoas resgatadas só conseguiram sobreviver pois se alimentaram dos corpos daqueles que já haviam morrido. A resolução foi tomada em um pacto coletivo no qual todos concordaram que, caso não resistissem, seus corpos fossem usados para a sobrevivência dos demais.
Juan Antonio Bayona filmou A Sociedade da Neve no local da tragédia
Não é fácil levar um set de filmagens para o meio dos Andes no inverno, carregando câmeras e equipamentos em meio à uma vasta quantidade de neve. Porém, para o diretor espanhol Juan Antonio Bayona, de A Sociedade da Neve (2023), esta visita era fundamental.
“É um lugar muito difícil de acessar e também perigoso”, afirma ele, em entrevista exclusiva ao Metrópoles. “Mas estar lá me ajudou muito a entender o quanto foi realmente épico, o tamanho do que eles fizeram. Ficar 72 dias naquelas condições”, conta.
A Sociedade da Neve vem ganhando repercussão desde que estreou no Festival de Veneza, em setembro. Em janeiro, o longa foi adicionado ao catálogo da Netflix e se tornou um dos filmes mais assistidos da plataforma de streaming. Para completar, a obra foi recentemente indicada ao Oscar de Melhor Filme Internacional, o que aumentou o interesse pela produção.
O filme de Bayona conta a história real de um grupo de atletas uruguaios de rugby, que sobreviveu a um acidente de avião em 1972. O avião caiu na fronteira da Argentina com o Chile, em meio às montanhas do Vale das Lágrimas. Dezesseis pessoas sobreviveram à queda, mas tiveram de viver mais de dois meses isoladas entre as montanhas.
O caso se tornou emblemático por, ao viver a fome extrema, os sobreviventes se viram obrigados a comer parte dos corpos dos passageiros que morreram na queda da aeronave. “É um tema duro, mas que não poderia ser contado sem um respeito às questões filosóficas e os debates espirituais que eles enfrentaram”, diz Bayona.