O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou um discurso na Bahia, nesta quinta-feira (11/5), para mostrar sua irritação com o episódio em que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foi “desconvidado” da maior feira do agronegócio no país, a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), que acabou recebendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Lula disse ter aceitado convite para outra feira do setor, a Bahia Farm Show, “só para fazer inveja aos maus-caracteres de São Paulo que não deixaram meu ministro participar”.
“Meu ministro da Agricultura, que é uma pessoa fantástica, é do agronegócio. Ele não é pequeno produtor, não, é grande produtor. E tem a famosa feira da agricultura lá em Ribeirão Preto, que alguns fascistas, alguns negacionistas não quiseram que ele fosse à feira. Desconvidaram o meu ministro”, reclamou Lula.
“E eu falei para o Fávaro: ‘Não fique nervoso, não perca a cabeça, porque a agricultura brasileira não é só isso’. E chego aqui à Bahia e encontro os companheiros do agronegócio me entregando um convite para vir na segunda feira mais importante do país. E quero dizer que venho nessa feira só para fazer inveja aos maus-caracteres de São Paulo que não deixaram meu ministro participar”, completou o presidente.
Veja:
Lula diz que quem desconvidou ministro da Agrishow é “fascista, negacionista e mau-caráter”.
“A agricultura brasileira não é só isso”, afirmou o presidente durante evento em Salvador. pic.twitter.com/pTXn13uK0k
— Metrópoles (@Metropoles) May 11, 2023
Lula discursou durante o lançamento de ação para que cidadãos opinem sobre prioridades do governo, que teve a primeira plenária estadual em Salvador (BA), nesta quinta.
Polêmica da Agrishow
Patrocinada pelo governo federal e pelo Banco do Brasil, que é estatal, a Agrishow é a maior feira do setor no Brasil e costuma ter uma cerimônia de abertura prestigiada por autoridades federais, estaduais e municipais.
Neste ano, porém, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que tem muito apoio entre os empresários do agro, foi convidado, e organizadores da feira, que ocorreu no começo de maio, ligaram para Fávaro falando sobre um possível constrangimento e sugerindo que ele fosse ao evento em outro dia. O ministro, porém, não aceitou, e a crise escalou, com cancelamento de patrocínio e até da cerimônia de abertura.
Ainda assim, Bolsonaro foi ao evento, acompanhando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e teve palco para criticar o MST e a demarcação de terras indígenas.
