União Brasil suspeita de “fogo amigo” para desgastar Juscelino Filho

Juscelino Filho foi mantido no cargo após reunião com Lula, mas crise reverbera no União Brasil, que negocia federação partidária com o PP

atualizado 06/03/2023 20:02

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Juscelino Filho, ministro das comunicações Cléverson Oliveira/Mcom

Mesmo após Juscelino Filho conseguir se manter no comando do Ministério das Comunicações nesta segunda (6/3), o caso seguirá repercutindo no União Brasil, legenda que o indicou à pasta. Uma ala do partido enxerga que a crise é alimentada por um “fogo amigo” no partido. Ao Metrópoles, correligionários do ministro afirmam, sob reserva, que há uma articulação envolvendo Luciano Bivar (PE), presidente da legenda e deputado federal, e negociações para formação de uma federação do partido com o PP.

Neste momento, a federação ainda passa pelas últimas negociações, mas já tem nome previsto: “União Progressista”. Caso dê certo, a aliança comandará a maior bancada na Câmara dos Deputados, ocupando 108 cadeiras.

No Senado, serão 15 parlamentares. Porém, um dos acordos previstos é que a federação não seja presidida por Luciano Bivar ou Ciro Nogueira (PI), respectivos presidentes do União Brasil e do PP. Dessa forma, no banco de apostas das legendas, correligionários apontam que quem deve ficar com o comando é Antônio de Rueda, vice-presidente do União, o que ainda está sob discussão.

Rueda é próximo a Bivar, mas é bem quisto pelos colegas egressos do antigo DEM, rivais do atual presidente da legenda. Impedidos de enfrentá-los abertamente, essa ala enxerga na federação com o PP uma maneira de minar o poder exercido por Bivar. Eles reclamam que o deputado descumpre entendimentos e faz acordos sem consultar demais lideranças do partido, a exemplo da sua “candidatura surpresa” à Câmara em 2022.

O estatuto do União Brasil, partido formado em 2021 a partir da fusão entre o DEM e o PSL, prevê que Luciano Bivar tem quatro anos de mandato na presidência da legenda. Aos 78 anos, ele diz a aliados próximos não ter interesse em se candidatar a cargo eletivo em 2026. Correligionários da ala rival enxergam que, como ele não conseguiu o comando da Câmara dos Deputados e terá seu poder repartido com a federação, o objetivo agora seria ocupar um ministério – daí as articulações para enfraquecer Juscelino.

O União Brasil fez três indicações no primeiro escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT): Daniella do Waguinho (União-RJ) no Turismo, Waldez Góes (PDT-AP) na Integração Nacional e o próprio Juscelino Filho nas Comunicações. Caso o deputado federal caísse, a ideia seria a legenda indicar um novo nome, em tese o próprio Bivar, em troca do apoio na Câmara dos Deputados às pautas prioritárias do governo Lula, algo ainda incerto. Luciano disputaria a pasta com nomes do PT e do PP.

Juscelino Filho se envolveu em diversos escândalos nas últimas semanas. As acusações envolvem uso irregular de diárias pagas pelo governo federal, indicação do orçamento secreto para para asfaltar uma rua que dá acesso a uma de suas fazendas e a nomeação de bolsonaristas para o Ministério das Comunicações.

Federação partidária

Em 2021, foi sancionada a Lei nº 14.208, que regulamenta a criação de Federações Partidárias no Brasil. O texto prevê que “dois ou mais partidos políticos poderão reunir-se em federação, a qual, após sua constituição e respectivo registro perante o Tribunal Superior Eleitoral, atuará como se fosse uma única agremiação partidária”.

Dessa forma, a união entre as legendas acontece não somente nas eleições, mas também na legislatura. Diferentemente das coligações, esse tipo de aliança não perde a validade após a eleição. Sendo assim, a costura do acordo passa por um entendimento sobre as disputas municipais de 2024.

Lideranças do União Brasil e do PP indicam que um dos acordos previstos é que a prioridade de candidaturas nos municípios será da legenda que já está no comando da prefeitura. As legendas ainda discutem qual será o critério nos casos em que o atual prefeito não seja filiado a algum dos partidos. Uma das teses é que o deputado federal mais votado naquela cidade tenha prioridade na indicação do candidato.

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