Há indícios de que todos os acusados de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes teriam contatos com órgãos de segurança pública, o que pode ter atrapalhado as investigações. É que afirma a Justiça em uma das decisões relacionadas ao caso.
Nesta segunda-feira (24/7), a Polícia Federal prendeu o ex-bombeiro Maxwell Corrêa, suspeito de vigiar Marielle nos dias que antecederam o crime, de ter ajudado a trocar a placa do carro usado no assassinato, sumir com as armas e destruir o veículo.
Além de Maxwell, conhecido como Suel, estão presos os ex-PMs Élcio Queiroz e Ronnie Lessa, que estavam no momento da execução, segundo as investigações. Foi Lessa quem teria atirado.
“Há indícios de que todos os acusados, inclusive o ora denunciado (Maxwell), teriam contatos com órgãos de segurança pública, fazendo, em tese, mau uso dessa ponte, tanto que, a operação que prendeu Ronnie Lessa e Élcio Queiroz teria vazado e eles teriam tentado empreender fuga”, relata o Judiciário em trecho de uma decisão. Lessa e Queiroz foram presos em março de 2019.
Essa nova fase da investigação do caso Marielle foi possível graças à delação premiada de Élcio Queiroz, que contou mais detalhes do crime.
A delação revela, por exemplo, o personagem Edmilson Macalé, um policial que teria intermediado o trabalho de matar a vereadora. Macalé teria relação com o mandante do crime, ainda não identificado, e os executores.
Edmilson Macalé foi assassinado em novembro de 2021 na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
As investigações do caso Marielle foram para as mãos da Polícia Federal em fevereiro, uma decisão que teve o aval do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. O trabalho de investigação foi feito em parceria com o Ministério Público do Rio de Janeiro e a Polícia Penal Federal.
