SC: mãe reclama de impunidade dois anos após morte da filha atropelada

Jeane Fagundes, 20, morreu atropelada por um motorista bêbado em Balneário Camboriú, em 2021. Dois anos depois, ninguém foi responsabilizado

atualizado 07/02/2023 12:38

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Arquivo Pessoal

“Imagina você receber uma mensagem da sua filha, falando que vai passar o fim de semana fora, sem sinal, para você não ficar preocupada. E, um dia depois, você se ver indo reconhecer o corpo dela no IML”. Este é o relato de Marilisa Cardoso de Lacerda, de 71 anos, mãe da estudante de Nutrição Jeane Fagundes, 23, que morreu atropelada em um acidente de trânsito, em Balneário Camboriú (SC), em fevereiro de 2021.

Nesta terça-feira (7/2), o caso completa 2 anos, mas o processo segue em segredo de Justiça e nenhuma pessoa foi responsabilizada. Marilisa confessa que, com tanto tempo passado sem qualquer condenação, o sentimento é de impunidade.

“Ela era uma jovem de muitos planos, estava montando uma empresa digital com a amiga enquanto trabalhava como secretária, estudava e fazia trabalhos para rede social de alguns clientes”, disse Marilisa ao Metrópoles. “Mas tudo foi interrompido de uma maneira que ninguém na família esperava. Você nunca espera enterrar sua própria filha”.

Em junho deste ano, Jeane encerraria a graduação em Nutrição no centro universitário UniAvan, em Balneário Camboriú.

O acidente

Na noite de 7 de fevereiro de 2021, Jeane estava na garupa de uma moto, conduzida pelo namorado. Os dois dirigiam em uma via próxima ao Aquário Municipal, ponto turístico da cidade de Santa Catarina, e foram surpreendidos por uma forte batida de carro na traseira.

O empresário Gabriel Pereira Pacheco, com 21 anos na época, dirigia embriagado e rente à motocicleta, quando avançou sobre o veículo e derrubou os dois passageiros no chão. Em seguida, em uma tentativa de fuga, atropelou e arrastou o corpo de Jeane por alguns metros na rua. A estudante morreu no local. O namorado sofreu algumas escoriações com o impacto, mas sobreviveu.

Durante a fuga, Gabriel ainda atropelou um ciclista, que também enfrentou ferimentos leves e foi encontrado com vida. Mais tarde, durante perícia, a polícia encontrou o Citroën C3 dirigido pelo suspeito abandonado na rua.

“Sensação de impunidade”

Dois anos do ocorrido, o incidente ainda não teve um desfecho na Justiça. O motorista responsável pela morte de Jeane foi indiciado pela Polícia Civil por dirigir sob efeito de álcool, mas ainda não foi julgado ou sequer entrou em contato com a família.

“Quanto mais o tempo passa, mais temos a sensação de impunidade. Nossa família sofre as consequências dessa perda até hoje, e ele segue a vida trabalhando com tranquilidade”, relata Marilisa, ao mencionar que o filho mais velho, irmão de Jeane, enfrenta um grave quadro emocional desde a perda da parente.

Após o acidente e a negação de socorro, Gabriel Pacheco seguiu a vida de trabalho normalmente. O site Cadastro Empresa mostra um registro de microempreendedor individual (MEI) no nome do acusado, com licença para uma loja de roupas online. Segundo o portal, o negócio opera ativamente há 2 anos e 4 meses.

A reportagem tentou contato com Gabriel, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.

A mãe espera que a condenação do suspeito funcione como um recado da Justiça, para que casos como esse não terminem sem julgamento e, assim, abram brechas para novos registros.

“Nós sabemos que a violência de trânsito faz parte de um contexto social. É por isso que eu acredito que o caso da minha filha deva ser julgado e o infrator punido de acordo com a lei. É a resposta que a Justiça pode dar, mostrar que isso não será aceito. Mostrar que outras famílias não precisam passar pelo que estamos passando”, desabafa.

Hoje a página no Instagram @justicaporjeane (Justiça por Jeane) faz atualizações frequentes sobre o andamento do processo, além de publicar mensagens de esperança e carinho com fotos antigas de Jeane.

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