Vacinação: 1,6 mi crianças não receberam tríplice bacteriana ou pólio, diz Unicef

Relatório lançado pela Unicef mostra que confiança da população brasileira na vacinação de crianças caiu 10 pontos percentuais pós-pandemia

atualizado 20/04/2023 11:25

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16% dos pais brasilienses resistem em vacinar seus filhos contra a Covid Vinícius Schmidt/Metrópoles

Entre 2019 e 2021, 1,6 milhão de crianças brasileiras não receberam a vacina conhecida como tríplice bacteriana (DTP). O imunizante protege contra difteria, tétano e coqueluche e é aplicado em três doses.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (20/4) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e fazem parte do relatório Situação Mundial da Infância 2023: Para cada criança, vacinação.

“Enfrentamos um desafio global para retomar a imunização infantil”, ressaltou o representante do Unicef no Brasil, Youssouf Abdel-Jelil. Para ele, o foco deve ser, principalmente, nas crianças em situação de vulnerabilidade que vivem em locais de difícil acesso, que vivem em periferias, áreas rurais e comunidades afastadas.

Enquanto 1,6 milhão de crianças não tomaram a primeira dose da DTP, 700 mil receberam a primeira e/ou a segunda, mas não completaram o ciclo vacinal com a terceira aplicação. Dessa forma, são 2,4 milhões de crianças não imunizadas.

No caso da vacina contra a poliomielite, também com três doses, os números são semelhantes. As crianças que não receberam nem mesmo a primeira dose somam 1,6 milhão.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou que o aumento das coberturas vacinais é um compromisso não só de sua gestão no Ministério da Saúde, mas também do governo federal e que os dados apresentados no relatório despertam “grande preocupação”. “Precisamos que seja, crescentemente, um compromisso da sociedade. A adesão ativa à participação da sociedade é fundamental”, pontuou.

O relatório também mostra uma diminuição na confiança da população brasileira acerca das vacinas para crianças. Antes da pandemia, 99,1% dos brasileiros confiavam na imunização infantil. Depois da emergência sanitária, a queda foi de dez pontos percentuais: 88,8%.

A chefe de saúde do Unicef no Brasil, Cristina Albuquerque, afirmou que a queda mostra um aumento da hesitação vacinal no país durante a pandemia. Enquanto na maior parte dos países a desconfiança com a vacinação infantil prevalece entre mulheres jovens, o perfil brasileiro é diferente: são homens com mais de 65 anos os que mais duvidam da eficácia da imunização de crianças.

Dados globais

Uma em cada cinco crianças em todo o mundo não recebeu nenhuma vacina ou não completou o esquema de doses necessário para ficar completamente imunizada contra doenças passíveis de prevenção. Uma em cada cinco crianças no planeta, por exemplo, não foi vacinada contra o sarampo, enquanto sete em cada oito meninas elegíveis para a vacinação contra o HPV não receberam a dose, que protege contra o câncer do colo do útero.

A Unicef alerta alerta que o planeta vive o maior retrocesso contínuo na imunização infantil em 30 anos, alimentado pela pandemia de Covid-19, e cobra urgência na retomada das coberturas vacinais globais. De acordo com a entidade, as vacinas salvam cerca de 4,4 milhões de vidas todos os anos, montante que pode chegar a 5,8 milhões até 2030 se as metas de imunização forem alcançadas.

O relatório “Situação Mundial da Infância 2023: Para cada criança, vacinação”, divulgado pelo Unicef, aponta que 67 milhões de crianças perderam por completo ou parcialmente a chamada imunização de rotina no período entre 2019 a 2021. O documento destaca ainda sistemas de saúde sobrecarregados, falta de recursos e mudanças na percepção sobre a importância das vacinas. A estimativa é que as coberturas vacinais tenham caído em 112 países.

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