Revolucionário: após 50 anos de produção, Boeing aposenta Jumbo 747

Modelo que revolucionou as viagens nos últimos anos, terá produção comercial encerrada. Último exemplar será entregue na terça (31)

atualizado 29/01/2023 19:07

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boeing jumbo 747 Reprodução

Após 53 anos de produção, o revolucionário 747 vai se aposentar. O último jumbo Boeing comercial na versão cargueiro será entregue à Atlas Air na próxima terça-feira (31/1).

O modelo que transformou as viagens aéreas, tanto pela quantidade de passageiros, quanto pela agilidade da aeronave, foi o primeiro jato de corredor duplo do mundo. Projetado no final de década de 60, o primeiro voo decolou de Nova York em 22 de janeiro de 1970, após atraso devido a uma falha no motor. Com ele, mais do que dobrou a capacidade do avião, que passou para 350-400 assentos.

A transformação das viagens, em razão do jumbo 747, se deu, especialmente, pela popularização dos voos. “Este foi o avião que introduziu o voo para a classe média nos EUA”, disse o CEO da Air France-KLM, Ben Smith.

“Antes do 747, uma família de classe média não podia voar dos Estados Unidos para a Europa de forma acessível”, disse Smith à Reuters.

O historiador de aviação Max Kingsley-Jones reforça a importância do modelo para a classe média. “Era a aeronave para o povo, aquela que realmente oferecia a capacidade de ser um mercado de massa”, afirma.

Anos difíceis

Apesar do sucesso do modelo, o começo de sua trajetória não teve tanto glamour. Os anos iniciais do 747 foram repletos de problemas e os custos de desenvolvimento de US$ 1 bilhão quase levaram a Boeing à falência. Na época, acreditava-se que o futuro das viagens aéreas estava nos jatos supersônicos.

No entanto, depois de uma queda durante a crise do petróleo da década de 70, o auge do avião chegou em 1989, quando a Boeing lançou o 747-400 com novos motores e materiais mais leves, o que tornou o modelo perfeito para atender à crescente demanda por voos mais longos.

Curiosidades

O jumbo 747 foi pensado para reduzir custos. O fundador da Pan Am, Juan Trippe, queria cortar valores – e, para isso, aumentar o número de assentos das aeronaves. Durante uma viagem de pesca, ele desafiou o presidente da Boeing, William Allen, a fazer algo que superasse o 707.

Allen colocou o lendário engenheiro Joe Sutter no comando. Levou apenas 28 meses para a equipe de Sutter, conhecida como “os Incríveis”, desenvolver o 747 antes do primeiro voo, em 9 de fevereiro de 1969.

Avanços da aviação

A mesma onda de inovação que fez o 747 decolar significou o seu fim. Os avanços permitiram que os jatos bimotores replicassem o alcance e a capacidade, com um custo menor.

No entanto, o 777X, definido para ocupar o lugar do 747 no topo do mercado de jatos, não estará pronto até pelo menos 2025, após atrasos.

“Em termos de tecnologia impressionante, grande capacidade, grande economia, (o 777X) infelizmente faz o 747 parecer obsoleto”, disse o diretor administrativo da AeroDynamic Advisory, Richard Aboulafia.

A entrega final do 747 desta semana deixa dúvidas sobre o futuro da Boeing, que lida com os efeitos da pandemia de Covid-19 e com uma crise de segurança do 737 Max.

O presidente-executivo Dave Calhoun disse que a Boeing pode não projetar um novo avião por pelo menos uma década.

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