A ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá, flagrada agredindo dois entregadores negros no Rio de Janeiro (RJ), no domingo (9/4), é nutricionista e dona de uma escolinha de vôlei de praia no Leblon, bairro de luxo da capital fluminense. Além do caso, ela tem outras duas passagens pela polícia: uma por furto de energia elétrica, e outra por injúria e ameaça.
Nas redes sociais, Sandra informa que foi atleta profissional por 14 anos, desde 2000. Ela também diz que trabalhou como nutricionista em clínicas no Rio, e foi supervisora de produção do Comitê Olímpico do Brasil (COB), entre outubro e novembro de 2022.
Veja o vídeo:
Carreira no esporte
Sandra iniciou a carreira no esporte em 1982, quando começou a praticar vôlei indoor do Flamengo, nos times mirim e juvenil. Na metade de 1993, passou a disputar o circuito Banco do Brasil, no qual “conquistou inúmeras vitórias”, segundo a biografia dela, que consta no site da escola de vôlei.
Em 2001, a atleta se uniu à dupla Elaine Bezerra, sócia na escola de vôlei no Leblon. As duas conquistaram cinco vezes o vice-campeonato e, em três ocasiões, garantiram a terceira colocação no Circuito Challenge Banco do Brasil.
Passagens pela polícia
Entre os processos judiciais enfrentados por Sandra, o primeiro é uma acusação de furto de energia elétrica na Praia do Leblon, bairro de luxo onde está localizada a escola de vôlei de praia Sandra & Eliane, da qual a ex-atleta é uma das donas. O segundo refere-se a um suposto caso de injúria e ameaça.
Nesta terça-feira (11/4), Sandra foi intimada a comparecer à 15ª Delegacia de Polícia (Gávea) por duas novas acusações: injúria e lesão corporal contra dois entregadores negros. Em vídeo, ela reclama que os entregadores estavam andando de moto sobre a calçada. Enquanto segura a coleira do cachorro, Sandra discute com uma entregadora e a ameaça diversas vezes.
“Tu não está na favela, filha da p*ta. Tu está aqui. Quem paga IPTU aqui sou eu. Espera”, ameaça.
Momentos depois, ela parte para cima de outro entregador e chega a tirar a coleira do cachorro para bater nele, dando uma espécie de chicotada. O caso aconteceu enquanto ela passeava com o cachorro e encontrou os entregadores. A mulher, então, passou a reclamar que o grupo andava de moto sobre a calçada.
“A primeira [injúria] foi na terça-feira [4/4] e foi verbal. Inclusive, fiz o boletim de ocorrência na terça-feira, relatei os fatos e, quando foi ontem [domingo (9)], aconteceu de novo. Fui à delegacia de novo e fiz novo boletim de ocorrência”, conta Max Angelo dos Santos, um dos entregadores, à TV Globo.
Ele aparece em um dos vídeos tentando se esquivar de chicotadas que Sandra dá com a coleira do próprio cachorro.
“Ela me tratou como se eu fosse escravo. Só que ela está esquecendo que o tempo da escravidão já acabou há muitos anos, e isso não pode acontecer. É inadmissível. Não tem como aceitar uma situação como essa”, disse Max.
A reportagem do Metrópoles tenta localizar Sandra Mathias Correia de Sá para comentar o caso. O espaço segue aberto.
