O subprocurador do Ministério Público (MP), Lucas Rocha Furtado, que atua junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), pediu à Corte para que sejam apurados “indícios de irregularidades” no pagamento de despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, segundo o Estadão. O pedido veio a partir de áudios interceptados em investigação que mira o ex-ajudante de ordens da Presidência da República tenente-coronel Mauro Cid.
As suspeitas de caixa 2 e de “rachadinha” com recursos do Planalto envolvendo o coronel Cid e Michelle Bolsonaro foram reveladas no início do ano, nas reportagens Exclusivo: o caixa 2 de Jair Bolsonaro no Planalto e Segredos do Alvorada, assinadas pelos jornalistas Rodrigo Rangel e Sarah Teófilo, do Metrópoles.
Caso sejam confirmados o uso de recursos públicos federais para o pagamento de contas pessoais de Michelle Bolsonaro, Furtado defende que o TCU forme uma força-tarefa com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) para apurar o caso.
De acordo com Furtado, a investigação teria como objetivo identificar “o modus operandi e o rastreio dos recursos despendidos com pagamento em dinheiro em espécie durante a gestão de Jair Bolsonaro, especialmente relacionados a despesas da ex-primeira-dama”.
A partir da apuração do caso, os agentes envolvidos podem ser responsabilizados e obrigados a devolver os recursos públicos à União.
“No Estado Democrático de Direito, a utilização indevida de meios para dificultar o controle viola a democracia e transparência do Estado, bem como põe em xeque a conduta funcional daqueles agentes públicos que praticam atos em subversões da legislação pátria com indícios de desvio de finalidade”, ressaltou o subprocurador.
O pedido do subprocurador veio após a divulgação de investigação da Polícia Federal (PF) que apura suspeitas de desvios de dinheiro da Presidência da República por meio de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. As orientações teriam partido de Michelle Bolsonaro, com autorização do ex-presidente.