Citando o Mercosul e a necessidade de integração na região sul-americana, o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, disse acompanhar “com interesse” o processo eleitoral em curso na Argentina.
Haddad foi questionado por jornalistas, nesta segunda-feira (23/10), sobre o resultado do primeiro turno do pleito, realizado no último domingo (22/10).
Candidato do atual governo, o ministro da Economia argentino, Sergio Massa, surpreendeu e terminou o primeiro turno liderando, com 36,5% dos votos. Já o deputado federal de extrema-direita Javier Milei, até então favorito por ter vencido as primárias, ficou em segundo lugar, com 30%. Eles disputarão o segundo turno em 19 de novembro.
“Não dá para comentar resultado de eleição, até porque tem um segundo turno agora. Nós estamos acompanhando com interesse por causa do Mercosul. O Mercosul é muito importante. A Câmara acaba de aprovar a entrada da Bolívia no Mercosul, está no Senado agora. Para nós, é importante consolidar uma integração na região. Uma integração regional é muito importante para o Brasil”, disse Haddad ao chegar à sede da pasta.
“Eu estou acompanhando com interesse, porque eu sou integracionista”, completou. Em seguida, ele citou o acordo que vem sendo negociado há anos entre o Mercosul (bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, além de países associados) e a União Europeia:
“Eu gosto de pensar em uma América do Sul mais integrada, negociando com a União Europeia de forma mais forte. Nós estamos para negociar um acordo com a União Europeia. Quanto mais integrado nós estivermos, melhor para sentar à mesa com a União Europeia e fazer um bom acordo com a região. Então, tem implicações muito grandes essa questão da integração, não é uma coisa isolada, ‘cada um cuida de sim’. A gente tem que pensar o todo da região, para ver a forma mais adequada de fazer essa região voltar a se desenvolver. Estamos aí há muitos anos sem se desenvolver”.
Na semana passada, Haddad chegou a afirmar que uma possível vitória de Milei preocupava o Brasil. Milei recebeu recentemente o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e já deu declarações críticas ao atual mandatário brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem chamou “comunista raivoso” e “socialista com vocação totalitária”.
Planalto prevê segundo turno “apertado”
Segundo o colunista do Metrópoles Igor Gadelha, ministros do Palácio do Planalto preveem um segundo turno “apertado” nas eleições presidenciais da Argentina.
Na avaliação de ministros de Lula, Massa seguirá como favorito, mas a disputa será “apertada, como no mundo inteiro”. Um dos primeiros desafios dele, dizem, será garantir os votos do candidato peronista e da candidata de esquerda.
