Dilma Rousseff foi eleita “Mulher Economista de 2023”, pelo Conselho Federal de Economia e os Conselhos Regionais de Economia. Os jornais apontaram a aparente contradição entre o prêmio e o fato. O fato: Dilma Rousseff foi a responsável, como presidente da República, pela maior recessão da história brasileira.
No comunicado da premiação, diz-se que a escolha de Dilma Rousseff ocorreu pela “sua significativa contribuição para o desenvolvimento econômico e social do País ao longo de sua carreira”. A justificativa é complementada da seguinte forma:
“A escolha de Dilma Rousseff como a Mulher Economista de 2023 reflete o reconhecimento do seu legado e expertise no campo econômico, bem como seu papel fundamental na formulação e implementação de políticas que moldaram a trajetória econômica do Brasil.”
Ao que parece, os conselhos têm preferência por mulheres economistas petistas, mas isso não diminui em nada o mérito de Dilma Rousseff. A contradição apontada pelos jornais é aparente porque ela realmente teve papel fundamental para moldar a trajetória econômica do Brasil, invertendo o gráfico de crescimento para o campo dos números negativos — entre 2015 e 2016, a queda acumulada do PIB foi de quase 7%.
No comunicado, não está dito que a trajetória precisava ser positiva. E não dá para negar que a sua contribuição para o desenvolvimento econômico e social do país foi bastante significativa. Ou o desastre não é significativo?
Ninguém há de negar também que ela deixou um grande legado graças à sua expertise traduzida pela frase “gasto é vida”. Entre outras medidas de expert, Dilma Rousseff e o seu criador Lula emprestaram, entre 2008 e 2014, 440 bilhões de reais do Tesouro, captados a juros de mercado, para o BNDES repassar a empresários a juros subsidiados (uma bela bufunfa foi para as empresas “campeãs nacionais”).
A herança de Dilma Rousseff deve ser reconhecida, não resta dúvida, e o reconhecimento não implica que essa herança precisasse render bons dividendos ao país.
Por último, há uma máxima de um francês que resume à perfeição o papel dos economistas:
“Os economistas são cirurgiões que têm um escalpelo excelente e um bisturi cego, operando às mil maravilhas nos mortos e martirizando os vivos.”
É injusto, portanto, apontar contradição entre o prêmio e o fato de Dilma Rousseff ter martirizado milhões de vivos com a maior recessão da história do Brasil. A petista manejou com maestria o escalpelo e o bisturi cego do desenvolvimentismo aloprado.
O ano foi ótimo para Dilma Rousseff. Ela abriu 2023 sendo eleita presidente do Banco dos Brics, com salário equivalente a 290 mil reais por mês para recompensar toda a sua sabedoria econômica e geopolítica, e o termina ganhando o prêmio de Mulher Economista. Quem disser que é mais um exemplo de que o país está de cabeça para baixo é um invejoso, um golpista, um bolsonarista lixo.
