Múcio sobre saída de Arruda do comando do Exército: “Não tinha clima”

Ministro da Defesa, José Múcio afirmou ainda ter tentado "reconstruir" a relação do presidente Lula com o militar

atualizado 22/01/2023 13:51

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O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que tentou convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de não exonerar o então comandante do Exército Júlio César de Arruda, em meio a uma crise de confiança do chefe do Executivo com as Forças Armadas. A saída de Arruda do comando militar ocorreu nesse sábado (21/1). No seu lugar, assumirá o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

“Eu exauri ao máximo. Demorei para tomar a iniciativa, porque a hora foi agora. Eu precisava me convencer disso… Tentei reconstruir essa relação, porque eu vim para pacificar a relação do governo com as Forças. Senti que não havia clima. Fazíamos reuniões, mas não tinha mais clima”, disse o ministro ao jornal O Globo.

A demissão de Arruda aconteceu um dia após a reportagem do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, revelar que o comando do Exército designou o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, para comandar o 1º Batalhão de Ações e Comandos, o 1º BAC, uma das unidades do Comando de Operações Especiais, com sede em Goiânia.

O batalhão reúne as mais bem treinadas tropas de elite do Exército e seus homens têm por atribuição realizar operações de emergência para debelar ameaças a Brasília e, em eventuais situações de guerra, cumprir missões delicadas contra alvos tidos como difíceis.

Após a reportagem, Lula mandou Arruda exonerar Cid do comando do 1º Batalhão de Ações e Comandos. O general, porém, teria se recusado, o que causou o desgaste.

Múcio já havia dado declaração semelhante horas após a reunião convocada às pressas para tratar da exoneração de Arruda e nomeação do novo comandante. Na oportunidade, disse que uma “fratura no nível de confiança” entre Exército e Executivo motivou a saída do então comandante do posto.

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Lula e o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, comandante do Exército

Ricardo Stuckert / PR

“Estamos investindo na aproximação das Forças Armadas com o governo do presidente Lula. Evidentemente, depois dos recentes episódios como o 8 de janeiro, os acampamentos, as relações no comando do Exercito sofreram uma fratura no nível de confiança”, disse Múcio, ao lado de Tomás Paiva, em breve pronunciamento no Palácio do Planalto. “Achávamos que precisávamos estancar isso logo de início para superarmos esse episódio”, completou.

Múcio citou o atentado terrorista do 8 de janeiro que levou à depredação do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal e lembrou da tensão em relação aos acampamentos feitos pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em frente aos quartéis do Exército pelo país, incluindo o Comando, em Brasília.

Demissão sem surpresas

De acordo com o José Múcio, a demissão foi acertada com o general Júlio César de Arruda, ou seja, sem surpresas. “Por isso, conversamos com o general [Júlio César de Arruda] que estava no comando logo cedo”, disse.

No pronunciamento deste sábado, que durou menos de dois minutos, o ministro oficializou a troca de comando do Exército.

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