Prestes a desembarcar em Londres para prestigiar a coroação do rei Charles III, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue uma intensa agenda de viagens internacionais. A visita ao Reino Unido, o oitavo país visitado pelo petista no início de seu terceiro mandato, integra a lista dos países priorizados, muito em função de questões comerciais.
Em quatro meses, o presidente já se reuniu com os líderes de sete países: Argentina, Uruguai, Estados Unidos, China, Emirados Árabes, Portugal e Espanha.
A viagem à América Latina serviu para o governo brasileiro retomar a relação com países membros do bloco do Mercosul. Ao contrário do antecessor, Jair Bolsonaro (PL), Lula pretende fortalecer o bloco e tem o intuito de se colocar na liderança entre os países da região.
Nesta semana, em mais uma sinalização à região, ele recebeu o presidente argentino, Alberto Fernández, no Palácio da Alvorada. Na ocasião, discutiu uma linha de crédito para que a Argentina compre produtos brasileiros. Em coletiva à imprensa, Lula disse que seu governo irá defender ao Fundo Monetário Internacional (FMI) “tirar a faca do pescoço da Argentina”, que passa por uma grave crise financeira.
O mandatário brasileiro ainda fez questão de incluir China e Estados Unidos, primeiro e segundo parceiros comerciais, respectivamente, no roteiro em datas próximas. Ele esteve com o americano Joe Biden em fevereiro e com o líder chinês, Xi Jinping, em abril — neste último caso um adiamento se fez necessário em função de uma pneumonia que acometeu Lula.
Os maiores parceiros comerciais do Brasil
Desde janeiro, foram visitados quatro dos 10 principais parceiros comerciais do Brasil, pela ordem cronológica: Argentina, EUA, China e Espanha.
Veja abaixo os valores das trocas comerciais com esses países no ano de 2022. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
| Exportações | Importações | |
| China | US$ 89,4 bilhões | US$ 60,7 bilhões |
| EUA | US$ 37,4 bilhões | US$ 51,3 bilhões |
| Argentina | US$ 15,3 bilhões | US$ 13 bilhões |
| Holanda | US$ 11,9 bilhões | US$ 2,7 bilhões |
| Espanha | US$ 9,7 bilhões | US$ 3,8 bilhões |
| Chile | US$ 9 bilhões | US$ 4,6 bilhões |
| México | US$ 7 bilhões | US$ 5,3 bilhões |
| Japão | US$ 6,6 bilhões | US$ 5,3 bilhões |
| Alemanha | US$ 6,2 bilhões | US$ 12,8 bilhões |
| Canadá | US$ 5,3 bilhões | US$ 5,1 bilhões |
Próximas viagens
Ainda no primeiro semestre de 2023, em meados de maio, Lula poderá ir ao Japão para participar da Cúpula do G7 (grupo formado pelas sete maiores economias do mundo). A presença dele não foi anunciada, porém.
Também em maio, está previsto um périplo pela África. Ainda sem a confirmação oficial de países, provavelmente estarão inclusos África do Sul, Angola e Moçambique. Ao dar atenção ao continente africano, Lula se descolou dos demais presidentes em seus dois primeiros mandatos.
Agenda no Reino Unido
No sábado (6/5), Lula participará da coroação do rei Charles III. Além da cerimônia solene, a agenda do mandatário brasileiro inclui uma reunião com o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, em Londres.
O encontro com o chefe de governo da Inglaterra ocorrerá nesta sexta-feira (5), às 16h (horário local). Os líderes discutirão temas como guerra na Ucrânia, mudanças climáticas, comércio bilateral e tributação.
A abertura na agenda do premiê é uma sinalização da importância do Brasil para a diplomacia britânica, às vésperas de um dos momentos mais solenes do país. Após o encontro bilateral, Lula será recebido às 17h (13h em Brasília) no Palácio de Buckingham pelo monarca britânico.
Após o encontro bilateral, o presidente brasileiro e outros chefes de Estado serão recebidos às 17h (13h em Brasília) no Palácio de Buckingham pelo monarca britânico.
