Iphan iniciará pelo Planalto a reconstrução do patrimônio vandalizado

Segundo Leandro Grass, futuro presidente do Iphan, prioridade será recuperar o material histórico perdido durante os atos terroristas no DF

atualizado 10/01/2023 15:39

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Planalto Igo Estrela/Metrópoles

O futuro presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, disse nesta terça-feira (10/1) que sua prioridade à frente do órgão será “reconstruir” o patrimônio material vandalizado nos atos terroristas promovidos por bolsonaristas radicais, em Brasília, no domingo (8/1). Segundo ele, a reconstrução começará pelo Palácio do Planalto, sede da Presidência da República.

Nesta tarde, a primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, recebeu a ministra da Cultura, Margareth Menezes, para tratar sobre a recuperação do patrimônio destruído.

De acordo com levantamento preliminar da Presidência da República, obras importantes, como o Relógio, de Balthazar Martinot, de valor inestimável; As Mulatas, de Di Cavalcanti, avaliada em R$ 8 milhões; e O Flautista, de Bruno Giorgi, de R$ 250 mil, também foram alvos dos atos antidemocráticos.

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As mulatas, de Di Cavalcanti, principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto, foi encontrada com sete rasgos

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As Mulatas, de Di Cavalcanti

Foto: José Cruz/Agência Brasil
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O Flautista, de Bruno Giorgi 

Beto Barata
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Relógio, de Balthazar Martinot 

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Relógio, de Balthazar Martinot, foi destruído durante os atos golpistas

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Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck

Foto: Divulgação

Segundo o Palácio do Planalto, os bolsonaristas destruíram obras que estavam no térreo, no primeiro e no segundo andares do prédio. Veja a lista abaixo:

No andar térreo:

  • Obra “Bandeira do Brasil”, de Jorge Eduardo, de 1995 — a pintura, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após vândalos abrirem os hidrantes ali instalados.
  • Galeria dos ex-presidentes — totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas.

No 2º andar:

  • O corredor que dá acesso às salas dos ministérios que funcionam no Planalto foi brutalmente vandalizado. Há muitos quadros rasurados ou quebrados, especialmente fotografias. O estado de diversas obras não pôde ainda ser avaliado, pois é necessário aguardar a perícia e a limpeza dos espaços para só daí ter acesso às obras.

No 3º andar:

  • Obra “As mulatas”, de Di Cavalcanti — a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanhos. A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti. Seu valor está estimado em R$ 8 milhões, mas peças desta magnitude costumam alcançar valores até cinco vezes maior em leilões.
  • Obra “O Flautista”, de Bruno Jorge — a escultura em bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliada em R$ 250 mil.
  • Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg — quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe. A peça está estimada em R$ 300 mil.
  • Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck — exposta no salão, a mesa foi usada como barricada pelos terroristas. Avaliação do estado geral ainda será feita.
  • Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues — o móvel abriga as informações do presidente em exercício. Teve o vidro quebrado.
  • Relógio de Balthazar Martinot — o relógio de pêndulo do Século XVII foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor desta peça é considerado fora de padrão.

O diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, disse que será possível recuperar a maioria das obras vandalizadas, mas estima como “muito difícil” a restauração do Relógio de Balthazar Martinot.

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