Vice-líder do Progressistas na Câmara dos Deputados, José Nelto (GO) protocolou nesta terça-feira (28/3) um requerimento para convite do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC). O parlamentar ofereceu espaço ao gestor para esclarecimentos sobre os atos terroristas de 8/1, ocorridos em Brasília.
“Restituído o cargo de governador a Ibaneis Rocha, o Brasil precisa ouvi-lo sobre os atos de 8/1 e os desdobramentos que envolvem o Governo do Distrito Federal: o papel da polícia, a ciência do governador sobre a gravidade dos fatos, a manutenção de Anderson Torres no seu quadro de ministros e outras questões que serão colocadas pelo colegiado”, justificou José Nelto.
Ibaneis Rocha foi afastado do cargo por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), por suspeitas de omissão durante os atos golpistas contra os Três Poderes. Ele passou 65 dias longe do Palácio do Buriti até que o ministro Alexandre de Moraes determinasse o seu retorno, em resposta a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), em 16/3,
“Volto com o coração limpo, a cabeça tranquila e a convicção de que temos muito a fazer pelo Distrito Federal. (…) Estou muito, muito feliz. Acho que sou a única pessoa que conseguiu tomar posse três vezes no Palácio do Buriti — em 1º de janeiro de 2019, em 1º de janeiro de 2023 e hoje”, disse Ibaneis, ao retornar ao cargo.
José Nelto afirma que é importante ouvir Ibaneis Rocha “da mesma maneira em que foi importante ouvir o ministro Flávio Dino sobre esta mesma pauta”. O deputado considera que “a apuração dos fatos precisa se estender a todas as partes envolvidas nesse caso”. O requerimento precisa ser pautado pelo presidente da CCJ, Rui Falcão (PT-SP), e votado pelos titulares.
Nessa terça-feira (29/3), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, foi à CCJ e protagonizou momentos de embate com a oposição, liderada por bolsonaristas. Ele inverteu os papéis, constrangendo e provocando os adversários do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A sessão foi tumultuada e contou com ofensa homofóbica a um parlamentar.
