Caso Moro: ministro diz que Lula questionou timing, e não investigação

Segundo Paulo Pimenta (Secom), Lula não questionou veracidade de investigação que apura planos para sequestrar e matar Sergio Moro

atualizado 23/03/2023 20:04

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Ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, concede entrevista coletiva em frente ao Palácio do Planalto. O ministro reafirma a normalidade democrática no Brasil e informa que o Planalto, apesar dos estragos físicos, segue funcionando normalmente. - Metrópoles Vinícius Schmidt/Metrópoles

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, afirmou, nesta quinta-feira (23/3), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não questionou o inquérito que investiga integrantes de uma facção criminosa por planejar matar e sequestrar autoridades, mas sim o “timing” dos acontecimentos (leia sobre a operação mais abaixo).

“A fala do presidente em nenhum momento questiona a investigação, até porque foi conduziada pela PF [Polícia Federal] e pelo MJ [Ministério da Justiça]. Mas acho que o objeto do questionamento foi o conjunto de coincidências, fatos que acabam trazendo de volta toda uma memória sobre o método que foi utilizado contra ele, muitas vezes; mesmos personagens”, disse o ministro.

O senador e ex-ministro Sergio Moro (União-PR) era um dos alvos da facção. A operação foi deflagrada na última quarta-feira (22/3). No dia anteior, Lula falou, durante entrevista ao jornal 247, sobre um desejo de vingança contra Moro à época em que o petista ficou preso em razão da Operação Lava Jato, em Curitiba.

Segundo o presidente, ao receber a visita de procuradores na cela para saber se estava tudo bem, ele respondia: “Não está tudo bem. Só vai estar tudo bem quando eu foder esse Moro”.

Moro tornou-se o responsável pela condenação de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá, em São Paulo. O petista ficou preso de abril de 2018 a novembro de 2019.

No mesmo dia da declaração de Lula e, portanto, antes da operação da PF ser realizada, Moro disse, em entrevista à CNN Brasil, que a declaração de Lula tinha potencial para gerar “um risco pessoal” para si e para sua família. “Quando o presidente utiliza essa linguagem ofensiva, de baixo calão, ao meu ver ele gera até um certo risco pessoal para mim, para minha família. Falam muito do tal do discurso de ódio…”, afirmou.

Para auxiliares próximos a Lula, a declaração do presidente “não gerou risco” para Moro, uma vez que o próprio senador foi comunicado, há alguns meses, sobre os planos da facção criminosa e, diante disso, passou a contar com a escolta da Polícia Legislativa.

“Qual a fala do Lula que colocou a vida dele [Moro] em risco, se ele estava desde janeiro com escolta?”, disse um interlocutor sob condição de anonimato.

No dia seguinte, quarta-feira, foi deflagrada a Operação Sequaz, com o objetivo de desarticular o plano feito pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) de sequestrar e matar servidores públicos e autoridades, incluindo Sergio Moro e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que integra o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco).

Segundo auxiliares palacianos, Lula tem questionado o fato de a operação ter sido chancelada pela juíza Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal de Curitiba. A magistrada substitiu o então juiz Sergio Moro na Operação Lava Jato quando ele pediu exoneração do cargo para assumir o Ministério da Justiça no governo de Jair Bolsonaro.

“Fica parecendo que o Moro tinha informação prévia”, disse um interlocutor do Planalto.

Entenda a operação da PF

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira, a Operação Sequaz, com o objetivo de desarticular o plano feito pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) de sequestrar e matar servidores públicos e autoridades, incluindo Sergio Moro e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que integra o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco).

Os mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos no Distrito Federal e em quatro estados: Rondônia, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Segundo as investigações da PF, os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea, e os principais investigados estão nos estados de São Paulo e Paraná.

O PCC é uma facção comandanda por Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola. Em 2018, o promotor Lincoln Gakiya pediu a transferência de Marcola de São Paulo para um presídio federal. No início do ano seguinte, o chefe do PCC foi trazido para a Penitenciária Federal de Brasília.

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