O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, vai receber, nesta quarta-feira (8/3), representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da empresa de papel e celulose Suzano, após invasões de terras ocorridas nos primeiros meses de 2023 no sul da Bahia. Segundo ele, a tentativa é recuperar o acordo feito em 2015.
O titular da pasta já havia anunciado que iria intermediar as negociações entre o movimento e a empresa. A reunião vai ocorrer às 14h, na sede da pasta.
MST deixa área pertencente à empresa Suzano de Papel e Celulose.-
Amanhã, recebo representantes do MST e da empresa Suzano de Papel e Celulose para recuperar o acordo firmado em 2015.— Paulo Teixeira (@pauloteixeira13) March 7, 2023
Nesta terça-feira (7/3), o MST desocupou a fazenda invadida no município de Mucuri (BA), na qual foram instalados acampamentos do movimento no fim de fevereiro.
Cerca de 80 famílias que estavam no local foram para um assentamento próximo da área invadida. Na segunda-feira (6/3), o Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) determinou a reintegração de posse em terras nos municípios de Caravelas e Teixeira de Freitas.
O movimento social afirma que vai aguardar a entrega dos ofícios com as determinações judiciais nas terras para começar a desocupação. O MST explica que ocupou as terras para denunciar os perigos da monocultura de eucalipto.
Segundo a coluna Igor Gadelha, no Metrópoles, em conversas reservadas, lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra acusam o governo Lula de lentidão na tomada de atitudes para impedir a crise entre o MST e a Suzano.
Elas lembraram que o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi nomeado apenas na semana passada, 50 dias após o início do novo mandato de Lula.