MP diz que comandante da PM mandou executar traficante Hello Kitty

MPRJ afirma que tenente-coronel Gilmar Tramontini da Silva ordenou a execução da traficante Hello Kitty após forjar uma operação

atualizado 04/03/2023 12:00

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traficante hello kitty Reprodução

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirma que o então comandante do batalhão de São Gonçalo mandou matar Rayane Nazareth Cardozo da Silveira, de 21 anos, uma traficante conhecida como Hello Kitty (imagem em destaque). De acordo com a denúncia, aceita pela Justiça, o tenente-coronel Gilmar Tramontini da Silva teria ordenado a execução após forjar uma operação.

A operação que levou a quatro mortes aconteceu no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em julho de 2021. No período, Hello Kitty (foto em destaque) era procurada pelos crimes cometidos.

Além dela, foram mortos Alessandro Luiz Vieira Moura, conhecido como “Vinte Anos”, Mikhael Wander Miranda Marins e Victor Silva de Paula Faustino.

A promotora Renata de Vasconcellos Araújo Bressan sustentou que o mandante da execução foi Tramontini. A juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, aceitou a denúncia no dia 15 de fevereiro. Os policiais foram afastados das ruas no dia 28 de fevereiro de 2021.

“O Parquet [MP] recebeu do legislador a árdua missão de exercer o controle externo da atividade policial. Deve apoiar e estabelecer parcerias com as polícias preventiva e judiciária no enfrentamento ao crime, sem prejuízo de exercer a função de fiscal com a seriedade e dedicação necessárias à identificação de eventuais abusos. O desempenho da atividade policial jamais pode se desenvolver por meio de planejamentos espúrios, nem adotar contornos distantes do ordenamento vigente, mas tem que ser pautado pela estrita legalidade”, diz um trecho da denúncia enviada ao Metrópoles pelo MPRJ.

Em nota, o MPRJ informou que, no decorrer das investigações, “ficou evidente que a operação foi realizada fora dos padrões previstos na citada legislação, e que as declarações posteriores dos policiais estavam em total desacordo com os vestígios apurados, mostrando que, propositalmente, os mesmos não reportaram os fatos reais”.

Confira os nomes dos réus:

  • Gilmar Tramontini da Silva (tenente-coronel);
  • Thiago Holanda Burgos (1º tenente);
  • Gilsemberg Bittencourt Pessoa (3º sargento);
  • Tiago Ribeiro Brito (cabo);
  • Richard Ramos da Costa (cabo);
  • André Luiz Monteiro (cabo);
  • Anderson França (cabo);
    Leandro Bastos da Rocha (cabo);
  • Anderson Oliveira Neto (cabo);
  • Alexandre Xavier da Silva (cabo);
    Gabriel Cosme Mota de Oliveira (cabo).
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Hello Kit também era cantora gospel
Gilmar Tramontini da Silva (tenente-coronel, Acusado de mandar mandar Hello Kitty,
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Ostentação e exibicionismo com armas nas redes

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Hello Kit também era cantora gospel

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Gilmar Tramontini da Silva (tenente-coronel, Acusado de mandar mandar Hello Kitty,

Reprodução / Redes sociais

Quem é Rayane Nazareth Cardozo da Silveira, a Hello Kitty?

Hello Kitty fez uma breve “carreira” como “dama do Comando Vermelho”. Entretanto, a jovem de 21 anos, residente de São Gonçalo, no Rio, antes de segurar fuzis e traficar drogas, frequentava a igreja e cantava em cultos. Colegas evangélicos diziam que “o mundo” estaria “desfazendo a obra do Senhor”.

“Essa é a Hello Kitty na igreja, fazendo a obra do Senhor. Infelizmente, ela saiu da igreja e agora está no mundo fazendo a obra do mal”, diz um comentário feito por um usuário das redes sociais.

Entretanto, em 2021, Hello Kitty teve sua vida interrompida pela polícia em uma execução. Foram disparados mais de 30 tiros contra ela e seus comparsas.

Na ficha  policial de Hello Kitty consta uma prisão por tráfico e dois mandados de prisão preventiva por roubo. Investigações em pelo menos três delegacias do Rio apuravam a participação dela em tráfico de drogas, roubos e até homicídios. A polícia chegou a oferecer R$ 1 mil por pistas que levassem à sua captura.

De acordo com o jornal Extra, ela foi criada no Morro da Ilha da Conceição, em Niterói, também na Região Metropolitana, onde teria começado a atuar no tráfico de drogas. Em 2018, ela se tornou alvo da polícia por envolvimento em assaltos. Seu então namorado e cúmplice à época morreu em Minas Gerais e em 2018, ela deixou a Ilha da Conceição e foi para a Favela do Sabão, também em Niterói.

No Sabão, ela atuou como segurança armada do tráfico. Depois, foi para São Gonçalo e ingressou no Bonde dos Vinte Anos – o grupo articulava invasões a comunidades controladas por facções rivais.

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